28 de setembro de 2024

Natal e outras 2 cidades do RN estão entre as 5 com mais macrorresíduos em praias do país, diz estudo

Estudo preliminar divulgado pela Sea Shepherd Brasil em parceria com a USP apontou a capital potiguar, Extremoz e Baía Formosa com altos índices de poluição. Areia Preta é uma praia que fica no litoral de Natal; estudo, no entanto, não citou diretamente a praia
Anadelly Fernandes/ARQUIVO
O Rio Grande do Norte tem 3 entre as 5 cidades do litoral brasileiro com mais macrorresíduos nas praias. Foi o que apontou o “Raio-x dos resíduos na costa brasileira”, um estudo divulgado pela Sea Shepherd Brasil, uma organização sem fins lucrativos de proteção à vida marinha.
O estudo foi realizado após uma expedição científica pelo litoral e feito pela organização em parceria com o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) para mapear a poluição por plástico e outros resíduos. O resultado foi preliminar.
As cidades que compõem os cinco primeiros lugares com mais macrorresíduos são, em ordem:
São Vicente (SP)
Extremoz (RN)
Baía Formosa (RN)
Natal (RN)
Cabedelo (PB)
Segundo o documento, nas praias da cidade Extremoz, a cada metro quadrado 6 macrorresíduos eram encontrados. Em Baía Formosa, essa média foi de 5 e em Natal, de 4,9.
Os macrorresíduos, segundo a pesquisa, representam qualquer resíduo com mais de 5 milímetros, podendo ser macroplásticos ou outros tipos de material que contribuem com a poluição da praia.
“O estado do Rio Grande do Norte é notável por sua elevada taxa de macrorresíduos, com três de suas cidades figurando entre as cinco mais poluídas do país”, apontou o estudo
A pesquisa apontou ainda, além das cidades, as praias mais poluídas. E Santa Rita, em Extremoz, apareceu como a quinta praia do país com a maior densidade de macrorresíduos e também de macroplástico (como garrafas e sacolas) por m².
Os pesquisadores analisaram um total de:
306 praias;
201 municípios, passando do litoral Norte ao litoral Sul do país;
a área total de 156.600 m², equivalente a 22 campos de futebol.
Além dos macrorresíduos, a pequisa avaliou também a presença de microplásticos (plásticos com até 5 mm).
O estudo explicou que é necessário cautela para fundamentar completamente os rankings das praias e cidades, devido à “menor representatividade do tamanho de amostragem”, mas que a análise dos locais “fornece uma importante fotografia indicativa aos gestores desses municípios e praias em questão”.
Dos estados com litoral, o RN foi o 11º lugar em quantidade de macroplásticos encontrados. A Paraíba liderou o ranking de 17 estados, sendo o litoral com o maior registro.
Macrorresíduos e microplásticos
O estudo apontou que 100% das praias analisadas do Brasil possuem macrorresíduos e 97% têm microplásticos.
Segundo o estudo, os apetrechos de pesca representaram 1 em cada 10 itens encontrados na costa brasileira, “indicando falhas na fiscalização, especialmente em áreas de proteção integral”.
Os apetrechos de pesca corresponderam a 11,2% dos plásticos e 10,3% de todos os itens analisados no litoral brasileiro.
Segundo a pesquisa, 91% dos itens encontrados nas praias são plástico. Ao todo, 72 mil macrorresíduos foram analisados e 16 mil microplásticos, que podem ser de até 5 milímetros.
“Importante realçar que estes resultados são preliminares. No entanto, os achados atuais fornecem uma valiosa perspectiva inicial, que será aprofundada em breve no estudo final”, ressaltou o estudo.
A pesquisa apontou ainda que havia a chance de 1 a cada 12 resíduos encontrados ser uma bituca de cigarro.
A presidente da Sea Shepherd Brasil apontou na pesquisa que a ideia com a expedição e o estudo é conscientizar a população, trabalhar em ações diretas para reduzir a poluição – como ocorre em Baía Formosa – e alertar os gestores municipais.
“Seguiremos também utilizando os resultados da pesquisa como uma maneira de alertar cidades pelo país a seguirem desenvolvendo suas políticas locais de gestão de resíduos e reciclagem, como já fazemos nas cidades de Anori, no Amazonas, e em Baía Formosa, no Rio Grande do Norte, com a ambição de expandir para mais cidades”, relatou no estudo.
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