Imagens foram divulgadas nesta sexta-feira (27) pelas Forças de Defesa israelenses, como ‘aumento do nível de prontidão’. Ataques de Israel a alvos do Hezbollah no Líbano completam uma semana, com mais de 700 mortes. Reservistas, tanques e armas chegam ao norte de Israel
A troca de ataques entre Israel e o grupo extremista libanês Hezbollah segue cada vez mais intensa e, nesta sexta-feira (27), as Forças de Defesa israelenses mostraram que reforçaram a presença de tropas e de armamentos no norte do país, perto da fronteira com o Líbano.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, é possível ver a chegada das brigadas de reservistas convocadas pelo governo há dois dias, além de tanques e armas de guerra para os soldados.
“Como parte do aumento do nível de prontidão na arena norte, duas brigadas de reserva foram mobilizadas para o combate, como parte da campanha do norte nos últimos dias. Depois de realizar tarefas operacionais ao longo da fronteira norte durante a guerra, as 6ª e 228ª brigadas de reserva e vários batalhões de reserva adicionais foram mobilizados para permitir que os esforços de combate continuassem, mirar nas capacidades militares do Hezbollah e criar as condições para que os moradores do norte de Israel retornassem com segurança para suas casas”, anuncia comunicado.
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Segundo a agência de notícias AFP, uma fonte das forças de segurança de Israel falou, nesta sexta, sobre uma eventual operação terrestre no Líbano: “Tentaremos fazer do modo mais breve possível. Acredito que estamos nos preparando para isso todos os dias e é verdade que temos essa ferramenta como opção”.
Reservistas chegando ao norte do país
Forças de Defesa de Israel / Divulgação
Mais de 700 mortes
Nove pessoas de uma mesma família morreram em um ataque à cidade de Shebaa, no sul do Líbano, nesta sexta-feira (27), que deixou 25 mortos no total. Quatro delas eram crianças, segundo o prefeito da cidade, Mohammad Saab.
Do outro lado, as Forças Armadas de Israel disseram que o Hezbollah lançou mísseis contra a cidade de Haifa, a terceira maior de Israel e que virou alvo do grupo extremista desde o início da escalada dos conflitos entre as duas partes.
Israel vem bombardeando regiões do Líbano há uma semana, em uma nova página do conflito no Oriente Médio que já deixou mais de 700 mortos. O governo israelense afirma que o alvo é o Hezbollah, grupo extremista financiado pelo Irã que nasceu no Líbano com o intuito de lutar contra Israel.
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A escalada da troca de ataques entre os dois lados — que já acontecia de forma constante desde o início da guerra na Faixa de Gaza, há quase um ano — ocorreu após explosões em série de pagers e walkie-talkies de membros do Hezbollah, que acusam Israel pelo ataque.
Os ataques provocaram também um êxodo sem precendetes no Líbano desde a guerra de 2006. Nesta sexta-feira, a ACNUR, a agência da ONU para refugiados, afirmou que mais de 30 mil pessoas de diferentes regiões do Líbano fugiram para a vizinha Síria nas últimas 72 horas.
Outros milhares de pessoas também tentam deixar o país, mas dezenas de companhias aéreas cancelaram operações nos aeroportos libaneses. O Itamaraty disse esta semana que está consultando brasileiros que queiram deixar o Líbano para estudar a repatriação ao Brasil — há 21 mil cidadãos brasileiros morando no Líbano, a maior comunidade brasileira no Oriente Médio.
Nesta sexta-feira, o irmão do brasileiro de 15 anos que morreu junto com o pai durante um dos bombardeios israelenses no Líbano chegou ao Brasil e relatou o momento em que a família foi atingida pelo ataque. “Não dava para respirar”, disse ele no aeroporto de Foz do Iguaçu a jornalistas (veja vídeo abaixo).
Jovem que sobreviveu a um bombardeiro no Líbano trabalhava com o pai e o irmão no momento
Do lado de Israel, milhares de pessoas no norte tiveram de deixar suas casas por conta dos lançamentos de mísseis e foguetes pelo Hezbollah — o governo israelense prometeu que a nova fase só terminará quando os moradores conesguirem retornar com segurança.
Por isso, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, rejeitou na quinta-feira (26) uma proposta de cessar-fogo conjunta feita por diversos países, entre eles os Estados Unidos, o Reino Unido e os Emirados Árabes.
Em outra frente de ataque também nesta sexta, as forças israelenses mataram cinco soldados sírios em um bombardeio na região fronteira entre o Líbano e a Síria. A informação foi divulgada pela agência de notícias estatal da Síria.
Integrantes do resgate e moradores observam destruição deixada por bombardeio israelense em Shebaa, no sul do Líbano, perto da fronteira com Israel
Rabih DAHER / AFP
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