4 de outubro de 2024

Governo registra desmatamento de 10% da Mata Atlântica este ano no país; MG é o estado que mais degradou o bioma

Força-tarefa formada por Ministérios Públicos e órgãos ambientais de 17 estados e da União constatou que 17 mil hectares de Mata Atlântica foram desmatados no Brasil em 2024. Com 113 propriedades irregulares, Minas Gerais teve o maior índice de degradação. Operação em Capelinha, no Norte de Minas.
Divulgação/MPMG
A Mata Atlântica registrou um aumento de mais de 10% no desmatamento em 2024, segundo o balanço de uma operação realizada pelo governo federal em todo o país. Minas Gerais teve o maior índice de degradação do bioma, com 113 propriedades irregulares identificadas.
A Mata Atlântica registrou um desmatamento de aproximadamente 10% em 2024, segundo o balanço de uma operação feita pelo governo federal em todo o país. Minas Gerais teve o maior índice de degradação do bioma, com 113 propriedades irregulares identificadas pela fiscalização.
Em cinco dias, uma força-tarefa formada pelos Ministérios Públicos e órgãos ambientais de 17 estados e da União constatou que 17 mil hectares de Mata Atlântica foram desmatados neste ano no Brasil — número superior ao apontado em 2023 (15,4 mil hectares).
As investigações usaram imagens de satélite do Mapbiomas e da Fundação SOS Mata Atlântica para verificar as áreas degradadas.
Desmatamento em Ninheira, no Norte de Minas
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“Através das imagens de satélite, a gente confronta imagens de um período para um período posterior aonde a gente verifica, através das imagens, que houve ali uma alteração daquela cobertura vegetal”, explicou Bruno Zuffo Janducci, diretor de Combate ao Desmatamento na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad-MG).
Irregularidades em MG
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a maioria das terras mineiras em situação irregular estão nas regiões do Vale do Jequitinhonha e Norte, onde as áreas do bioma viraram pastos, carvoarias e plantações de eucaliptos. Em Ninheira, por exemplo, mais de 60 hectares de floresta se transformaram em uma lavoura ilegal.
Ainda conforme a promotoria, o valor das multas aplicadas chegou a R$ 137 milhões, o que representa um aumento de 67% em relação ao ano passado. O dinheiro será utilizado na melhoria de tecnologias para fiscalizações futuras e projetos de recuperação ambiental.
“O desmatamento, quando ele ocorreu, nós já perdemos esse jogo. Então é urgente que nós tenhamos outras operações em nível nacional, como a mata atlântica, no que se refere a outros biomas, pra que o brasil adote práticas homogêneas, em todos os estados da federação, pra que, de uma vez por todas, nós possamos combater o desmatamento com efetividade”, afirmou Carlos Eduardo Ferreira Pinto, promotor de Justiça e coordenador da operação.
Destruição das florestas
Para a SOS Mata Atlântica, os incêndios registrados neste ano potencializaram a destruição das florestas, e a maior pressão da derrubada acontece chamadas áreas de transição.
“Nestes chamados encraves da Mata Atlântica no meio de outros biomas que a gente encontra os maiores desmatamentos. Isso ocorre tanto no Cerrado, como na Caatinga, na chamada região do Matopiba, que é uma região de incremento de atividades agrícolas e de monoculturas”, destacou Malu Ribeiro, diretora de Políticas Públicas da instituição.
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