2 de outubro de 2024

DAE anuncia canal paralelo que ligará parte alta do Rio Batalha até ponto de captação como alternativa para baixo nível de água em Bauru

Obra deve ter início na segunda-feira (30), em parceria com a Secretaria de Obras e o SP Águas. Medida tem como objetivo melhorar a fluidez da água e reduzir a perda por evaporação. Encontro discute problema da falta de água em Bauru
O Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Bauru (SP) anunciou que iniciará, na segunda-feira (30), a construção de um canal paralelo que ligará a parte alta da Lagoa do Rio Batalha até o ponto de captação de água para a cidade.
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A medida tem como objetivo melhorar a fluidez da água e reduzir a perda por evaporação em resposta à crise hídrica que atinge a cidade desde maio deste ano.
Atualmente, 124 mil moradores de Bauru que recebem água da lagoa de captação do Rio Batalha enfrentam racionamento de água.
A obra, que será realizada em parceria com a SP Águas (antigo DAEE) e a Secretaria Municipal de Obras, é uma alternativa técnica, já que as máquinas ainda não conseguem fazer o desassoreamento do rio devido ao baixo nível das águas.
Rodízio de água foi alterado após nível de captação do Batalha chegar ao menor patamar em 10 anos em Bauru
Gabriel Pelosi/TV TEM
Crise hídrica
O abastecimento de água em Bauru opera há mais de quatro meses em sistema de rodízio. A medida teve início em maio de 2024, quando o nível da lagoa de captação do Rio Batalha, responsável por abastecer aproximadamente 26% da cidade de 379 mil habitantes, cerca de 140 mil moradores, atingiu níveis críticos, semelhantes à maior seca já registrada na cidade, há 10 anos, em 2014.
A cidade está dividida em grupos com dias específicos para o abastecimento:
Grupo 1: Vila Independência, abastecido às segundas e quintas-feiras;
Grupo 2: Centro, Altos da Cidade, Jardim Ouro Verde e Parque dos Sabiás, abastecidos às terças e sextas-feiras;
Grupo 3: Vila Falcão, Alto Paraíso e parte do Jardim Industrial, abastecidos às quartas e sábados.
Durante a reversão do sistema (troca de abastecimento de uma região para outra), o setor atendido naquele momento não começa a receber água de maneira imediata. Isso porque é necessária a recuperação do sistema (“enchimento” das redes), que pode levar algumas horas, dependendo do tamanho e consumo de cada região.
Obras de desassoreamento são necessárias para auxiliar no nível da lagoa de captação do Rio Batalha
Gabriel Pelosi/TV TEM
Por conta disso, inclusive, a reversão do sistema acontece sempre durante a madrugada, período de menor consumo pela população.
O critério para definir o esquema de rodízio considera as manobras operacionais possíveis de serem feitas e obedece critérios exclusivamente técnicos.
Em maio, a prefeitura divulgou que a medida era emergencial e temporária, devendo ser interrompida assim que o sistema voltar a ficar equilibrado. Até a última atualização desta reportagem, não há previsão para a normalização do sistema.
O bairro Jardim Bela Vista também fazia parte da lista de bairros com abastecimento afetado até 10 de setembro, mas foi excluído do regime após a prefeitura concluir obras de interligações.
Decreto emergencial
Ponto de hidratação na Praça Rui Barbosa, em Bauru (SP)
Thayna Polin/Prefeitura de Bauru
A Prefeitura de Bauru instituiu uma força-tarefa de combate à seca extrema, publicada no Diário Oficial de 12 de setembro, para minimizar os efeitos da crise climática sentida pelo município.
O decreto 17.769/2024 reconhece a situação de emergência no município, aumenta a multa já prevista em lei para quem atear fogo em terrenos vazios ou áreas de mata para até R$ 100 mil e estabelece prioridade para o combate a incêndios, com o uso de veículos e equipamentos da prefeitura.
Além disso, a prefeitura promoveu novas ações práticas, como a ampliação dos pontos de hidratação em locais de grande movimento e em novos locais estratégicos da cidade.
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