29 de setembro de 2024

‘Não conseguia falar, tremia muito’, diz vizinha que filmou crime e socorreu paciente violada sexualmente por psicólogo no Paraná, segundo polícia

Alex Sandro de Lourenço foi preso em flagrante após vizinhos do consultório dele entregarem vídeos para polícia. Defesa dele nega acusação. Testemunha conta o que viu em caso de psicólogo preso
Uma das vizinhas que filmou o psicólogo Alex Sandro de Lourenço violando sexualmente uma paciente durante uma consulta socorreu a vítima logo após ver o crime, segundo a polícia. Em entrevista à RPC, ela contou que a mulher estava constrangida e nervosa.
“Eu olhei pra ela e falei: ‘Você precisa de ajuda? Se você quiser denunciar, eu vou com você. Porque a gente pegou tudo, a gente filmou tudo o que ele fez com você. Ele estava te assediando’. Ela estava chorando, não conseguia falar, ela tremia muito. Perguntei: ‘Você precisa de ajuda?’ Daí ela mexia com a cabeça que sim. E daí eu falei: ‘Você quer denunciar ele?’ Ela mexeu com a cabeça que sim”, relatou a testemunha.
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Alex Sandro Lourenço tem 47 anos
Reprodução/Redes Sociais
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O caso aconteceu em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, na noite de quarta-feira (25). Lourenço foi preso após vizinhos que tinham visão do interior das janelas do consultório acionarem a polícia e entregarem filmagens feitas do local. A mulher que estava sendo atendida pelo psicólogo relatou que, no meio da sessão, ele perguntou se poderia abraçá-la, a jogou contra uma parede e a beijou à força – prática que caracteriza crime. Saiba mais abaixo.
A RPC e o g1 tiveram acesso às imagens, mas não vão divulgá-las por respeito à vítima e devido ao caso estar em sigilo de Justiça. A defesa do psicólogo negou as acusações.
A vizinha conta que o que começou a chamar a atenção dela foi o fato de ela ver o psicólogo beijando e tocando diferentes mulheres dentro do consultório particular. Ele sempre fazia atendimentos no local após às 17h.
A testemunha também relata que após ver e filmar a paciente de quarta-feira sendo agarrada, viu que a vítima desceu correndo para a rua e decidiu ir ajudá-la por ver o nervosismo da mulher.
“Foi por esse motivo que a gente resolveu ajudar, porque não foi normal a cena que a gente viu, não. Não era de uma pessoa que estava querendo aquilo, né?”, disse, em entrevista.
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O psicólogo foi preso em flagrante na mesma noite, e no dia seguinte a prisão dele foi convertida em preventiva, indicando que Alex Sandro de Lourenço vai ficar preso por tempo indeterminado. Ele foi autuado por violação sexual mediante fraude.
Entenda o crime
O caso ganhou repercussão, e na sexta-feira (27) duas ex-pacientes do psicólogo procuraram a polícia relatando outros abusos, que segundo elas aconteceram em 2021.
Investigações
O delegado responsável pelo caso, Fernando Vieira, afirma que, após a prisão, vizinhos entregaram outras gravações feitas, em dias diferentes, mostrando situações similares sendo cometidas pelo psicólogo contra outras possíveis vítimas.
Agora, a equipe de investigação tenta identificar as outras pacientes que aparecem nas filmagens para ouvi-las e, se necessário, inclui-las como vítimas no inquérito policial – assim como as duas que se apresentaram na delegacia.
“Existem outras imagens e outros vídeos de outras situações com outras mulheres que denotam que essa conduta seria habitual por parte dessa pessoa, desse psicólogo, desse profissional – que é regularmente inscrito no Conselho Regional de Psicologia, mas que não tem uma conduta, a meu ver, pelo que foi apurado, adequada pra exercer essa profissão”, afirma Vieira.
SAIBA MAIS: Delegado diz que vídeos de psicólogo preso após ser filmado violando sexualmente paciente no Paraná indicam ‘conduta habitual’
Alex Sandro Lourenço tem 47 anos
Reprodução/Redes Sociais
Em nota, o advogado de defesa do psicólogo, José Mauricio Barros Junior, disse que em razão da complexidade do caso vai se manifestar apenas no processo judicial, mas adiantou garantir que Alex Sandro de Lourenço é inocente.
“Nesse momento, [a defesa] refuta veementemente as acusações, uma vez que não são expressão da verdade dos fatos, o que será comprovado em sede processual”, afirmou.
Também em nota, o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) disse que o profissional tem inscrição secundária ativa (por também atuar no estado, mas ter a inscrição principal no Rio Grande do Sul) e afirma que possui procedimentos de apuração de denúncias em trâmite.
“Os procedimentos, que correm em sigilo por força de legislação, podem resultar em penalidades diversas, incluindo a cassação do registro profissional. Todos os esforços serão empenhados para colaborar com as autoridades dentro das atribuições legais deste Conselho”, informa o CRP-PR.
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