29 de setembro de 2024

Vinhos de talha: o método ancestral ainda usado em Portugal

Conheça o processo de fermentar o mosto em ânforas Em Portugal ainda se produz vinho da mesma forma que os romanos faziam quando introduziram a vitivinicultura na península ibérica há milhares de anos. São os chamados vinhos de talha, assim chamados por causa dos recipientes de barro onde ocorre a fermentação e, em seguida, o período de estágio antes do engarrafamento.
A talha, também chamada de tarefa, é uma grande ânfora cujo nome deriva do latim “tinalia”, isto é, “vaso de grande dimensão”. Após o esmagamento (algumas vinícolas ainda mantém a tradicional pisa a pé), as uvas são deixadas para fermentar em contato com as leveduras indígenas que se encontram no ar, para valorizar ainda mais o terroir.
Durante a fermentação, o gás carbônico empurra cascas das uvas e restos do cacho para a superfície, o que obriga os enólogos, pelo menos duas vezes ao dia, a misturar com uma vara o mosto, auferir a temperatura e a densidade. A vinícola alentejana Carmim é uma das empresas que ainda produz alguns de seus rótulos por esse método ancestral. Veja como é feito o processo:
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Gerações de portugueses viram os seus vinhos caseiros fermentar nestes recipientes, expressando dessa forma tão particular a qualidade, tipicidade e identidade da bebida. A Carmim comercializa no Brasil dois vinhos de talha: o Tarefa Tinto e o Tarefa Branco.
Para preservar as características desses vinhos não é realizado nenhum estágio em barricas de carvalho. Pelo contrário, a amadurecimento em ânforas confere notas minerais e oxidativas.
Tarefa Tinto
Elaborado com as uvas autóctones Alicante Bouschet, Castelão e Moreto, esse vinho apresenta aromas de frutas vermelhas e pretas, com notas minerais e vegetais. Em boca, possui muito frescor e taninos finos, elegantes e envolventes. É perfeito para acompanhar pratos de carnes grelhadas ou assada, caça, patês e queijos de cura.
A safra 2022 recebeu 92 pontos pela Revista Adega. “Mostra frutas vermelhas e negras, maduras no ponto certo, seguidas de notas florais, terrosas, de ervas e de especiarias doces, que se confirmam no palato. Suculento e estruturado, mas também fluido e preciso, tem taninos reativos, acidez refrescante e final cheio e persistente, com toques de ameixas”, avaliou a publicação.
Tarefa Branco
Elaborado com as uvas Antão Vaz e Roupeiro, esse vinho apresenta complexos aromas de fruta branca madura, com notas minerais e vegetais. Em boca, é fresco e intenso, elegante e envolvente. Combina com peixes assados e queijos curados.
BEBA MENOS, BEBA MELHOR.

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