28 de setembro de 2024

Empresário condenado por matar promotor em Belo Horizonte volta a ser preso por causa de outro homicídio

Luciano Farah Nascimento foi detido em Nova Lima após mandado de prisão preventiva por homicídio ocorrido em 2002, cometido dez dias antes do crime contra o promotor. Luciano Farah
Reprodução/TV Globo
O empresário Luciano Farah Nascimento, condenado pelo assassinato do promotor de Justiça Francisco Lins do Rêgo em 2002, foi novamente preso novamente nesta sexta-feira (27) em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A prisão decorre de um mandado de prisão preventiva relacionado à morte de Anderson de Carvalho, suspeito de roubo, em 15 de janeiro de 2002 — dez dias antes da morte do promotor.
Agentes da Agência de Inteligência do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), em conjunto com a Diretoria de Inteligência, localizaram e prenderam o empresário.
Luciano Farah foi abordado enquanto dirigia um veículo de luxo na rodovia MG-030, no km 20, em Nova Lima. O mandado de prisão preventiva havia sido emitido em 13 de setembro pela Vara do Tribunal do Júri de Contagem.
Morte do suspeito de roubo
A nova prisão de Luciano Farah está relacionada ao homicídio de Anderson de Carvalho, em 15 de janeiro de 2002. Anderson foi assassinado com 16 tiros após ser suspeito de roubar R$ 390 de um posto de gasolina de propriedade do empresário em Contagem.
O ex-policial Edson Souza Nogueira de Paula, segurança de Farah, foi apontado como o autor dos disparos. Em 2016, ambos foram condenados a 14 anos de reclusão pelo crime, pena que foi aumentada para 16 anos em 2022.
Em março deste ano, Farah se entregou para a polícia também em Nova Lima e foi preso por este crime.
Seis dias depois, foi solto após a defesa dele recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para revogar a prisão. Ao analisar o caso, a corte entendeu que os réus só poderiam ser presos depois que todas as possibilidades de recurso processual acabassem e expediu o alvará de soltura.
A nova prisão de Luciano Farah nesta sexta-feira foi possibilitada por uma recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que a soberania das decisões do Tribunal do Júri justifica a execução imediata da pena imposta. Dessa forma, condenados por júri popular podem ser presos imediatamente após a decisão, mesmo que ainda caibam recursos.
Promotor de Justiça Francisco Lins do Rêgo foi assassinado em janeiro de 2002
Divulgação/MPMG
Assassinato do promotor
Dez dias após o homicídio de Anderson de Carvalho, Luciano Farah e Edson Souza Nogueira de Paula assassinaram o promotor de Justiça Francisco Lins do Rêgo.
O promotor havia proibido a venda de gasolina pela rede de postos de Farah, após constatar que o combustível era adulterado e que a empresa sonegava impostos. Em 2009, ambos foram condenados pelo Tribunal do Júri a penas de 21 e 23 anos de prisão, respectivamente.
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