2 de outubro de 2024

Polícia investiga suspeito de aplicar golpe de compra de cervejas e causar prejuízo de até R$ 600 mil

Ao todo, as vítimas estimam que 28 pessoas tenham sido lesadas pelo golpe aplicado por João Paulo de Souza, de 34 anos. A reportagem não conseguiu contato com ele. Suspeito aplicava golpes com suposta compra de cervejas para bar em Ibirité (foto ilustrativa)
Thâmer Pimentel/TV Globo
A Polícia Civil investiga um possível esquema de pirâmide na compra de cervejas praticado por um educador físico de 34 anos em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ninguém foi preso.
As vítimas disseram à Polícia Militar que João Paulo de Souza, de 34 anos, conhecido como Jotão, aplicava golpes em amigos: tudo na base da confiança e sem contratos.
Como a família é dona de um bar em Ibirité, o suspeito dizia às vítimas que conseguia comprar cerveja barata e revender com boa margem de lucro. A promessa era de um lucro de R$ 100 por cada caixa da bebida, caso os amigos entrassem no negócio.
Até o momento, as vítimas estimam que pelo menos 28 pessoas tenham sido lesadas por ele. Somadas as dívidas, o prejuízo é de quase R$ 600 mil. Os amigos começaram a desconfiar quando ele deixou de fazer os repasses.
“Estou precisando de um sócio aqui para um investimento de cerveja. Para te ajudar, mano. Se não quiser, não precisa. É feijão sem bicho”, dizia o suspeito, em um áudio de WhatsApp. (ouça abaixo)
Áudio enviado por Jotão para uma das vítimas propondo o ‘negócio’
Vítimas conhecidas, compras no cartão de crédito e histórias desconexas
Uma vítima começou a investir nas cervejas em junho e calcula um prejuízo de R$ 40 mil.
“Conheço ele há mais de 15 anos. Eu fiz um aporte inicial de R$ 6 mil e esse valor teria retorno em torno de R$ 8 mil. No primeiro e no segundo aporte ele devolveu o lucro e o investimento, né. A gente começou a se envolver cada vez mais no negócio. Ele mandava mensagens, sempre mensagens encaminhadas. Cada pedido contava meio que uma história”, relembrou a vítima.
Além de dinheiro, o golpe envolvia compras no cartão de crédito das vítimas.
Jotão, suspeito de aplicar os golpes.
Reprodução
Em outro caso, o boletim de ocorrência relata que Jotão “tomou emprestado o cartão da vítima para fazer compras em uma loja de bebidas de propriedade da mãe do autor” e que “a vítima alega que nos dois primeiros meses o autor realizou o pagamento das duas primeiras parcelas do cartão, contudo, no terceiro mês começou a atrasar”.
Outra vítima relata que conheceu Jotão na igreja e que “a dívida do autor tomou a proporção de R$ 49 mil entre os acordos”.
Os empréstimos passaram a envolver também um estúdio de performance esportiva que ele estava abrindo. Nesse caso, uma das vítimas teve prejuízo de mais de R$ 200 mil, segundo um boletim de ocorrência.
“Na semana passada, a gente começou a pressionar muito ele. Já fazia mais de um mês que ele não fazia nenhum repasse. Ele contava histórias diferentes e desconexas. Falava que a conta dele tinha travado no banco. Histórias que, no final, a gente raciocinava e via que não faziam sentido nenhum”, disse outra vítima.
Segundo as vítimas, ele afirmou que estava viciado em apostas esportivas. Disse que seria internado por causa disso e sumiu.
Fachada do bar da família do suspeito.
Thâmer Pimentel/TV Globo
O que diz a polícia
A Polícia Civil informou que há um inquérito policial instaurado para apurar o suposto crime de estelionato praticado por esse homem.
Esclarece, ainda, que esse é um crime de ação penal pública condicionada à representação das vítimas, que precisam procurar a polícia para que a investigação seja realizada.
A instituição orienta que todo cidadão lesado deve procurar a delegacia mais próxima de sua casa para fazer a representação e apresentar as provas e os documentos que possam ajudar na investigação.
A reportagem da TV Globo ligou para João Paulo de Souza, o Jotão, mas as ligações não foram atendidas. Também foram enviadas mensagens pelo WhatsApp, mas não chegaram até ele.
Vídeos mais assistidos do g1 MG

Mais Notícias