29 de setembro de 2024

Hassan Nasrallah comandou o Hezbollah por mais de 30 anos e era um dos principais inimigos de Israel

Nasrallah, considerado o homem mais poderoso do Líbano, morreu num bombardeio israelense nesta sexta-feira (27), em Beirute. Bombardeio de Israel mata chefe do Hezbollah no Líbano
Hassan Nasrallah – chefe do Hezbollah morto nesta sexta-feira (27) em Beirute – comandou o grupo extremista por mais de 30 anos. Ele era considerado o homem mais poderoso do Líbano e um dos principais inimigos de Israel.
Nasrallah nasceu em 1960, num distrito da capital Beirute, de maioria xiita. Na adolescência, estudou teologia, num momento em que o país estava mergulhado em uma guerra civil.
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Nos anos 1980, participou da fundação do Hezbollah – que significa partido de Deus.
O objetivo da então nova milícia era expulsar e destruir Israel, que em 1982 havia invadido o território sul do Líbano e ficou até o ano 2000.
Por trás do grupo libanês, estava o Irã, que enviava armas e investimentos, na tentativa de expandir sua influência no Oriente Médio.
O grupo é considerado uma organização terrorista por Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha e países do golfo pérsico, além de Israel.
Hassan Nasrallah assumiu o comando do Hezbollah em 1992. Foi nesse mesmo ano que o Hezbollah começou a participar das eleições libanesas, como um partido político.
Até hoje, o grupo tem representantes eleitos no parlamento e no governo libanês.
Em 2006, o Hezbollah invadiu o território israelense, matou 8 soldados e capturou 2. Episódio que despontou uma guerra, que durou 34 dias.
Esse conflito mudou o comportamento de Hassan Nasrallah, que parou de aparecer em público, temendo ser assassinado por Israel. Ele passou a fazer discursos por vídeos, transmitidos na TV.
Além da influência política, militar e religiosa no Líbano, o Hezbollah também ajudou a treinar outras facções na região, como as milícias radicais do Iêmen, do Iraque, e também o Hamas, da Faixa de Gaza. Como forma de apoio ao grupo terrorista, o Hezbollah vem lançando foguetes contra o território israelense desde outubro do ano passado.
De lá para cá, foram lançados mais de 8 mil explosivos. E os dois lados seguiram trocando artilharia.
O último discurso oficial de Hassan Nasrallah foi na semana passada, em 19 de setembro, depois das explosões de pagers e rádios de comunicação, que deixaram dezenas de mortos e milhares de feridos no Líbano.
Nasrallah admitiu que o grupo tinha sofrido um golpe duro. E disse que daria uma resposta à altura contra Israel – que até hoje não se manifestou sobre o ataque.
Desde esse episódio, o conflito deixou mais de mil mortos no Líbano.

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