29 de setembro de 2024

Projeto no Pará reforça os laços das crianças da Ilha do Marajó com a natureza

120 crianças e adolescentes estudam no Instituto Caruanas, que valoriza a cultura dos povos indígenas. Trilhas educativas conectam os alunos com a natureza e fortalecem a educação ambiental. Projeto reforça laços de crianças da Ilha do Marajó (PA) com a natureza
O Criança Esperança deste ano está apoiando cem projetos pelo país. Um deles, no Pará, reforça os laços das crianças da Ilha do Marajó com a natureza.
Da leitura debaixo da sombra das árvores vem o alerta de um papagaio.
“Ele disse que tão tocando fogo na floresta e isso é muito mal, não podemos tocar fogo na floresta”, diz Pérola dos Santos, de 7 anos.
120 crianças e adolescentes estudam no Instituto Caruanas. A escola fica em uma área protegida em Soure, na Ilha do Marajó. No atelier que valoriza a cultura dos povos indígenas, mãos na argila. Enquanto a turma produz vasos de cerâmica marajoara, o professor ensina arte, história, matemática e meio ambiente.
“Já vão sair com essa sementinha, de que a cultura do marajó é importante. Essa é uma identidade, é nossa identidade”, diz Ulisses Ferreira, professor.
“Não tem que deixar matar a natureza e tem que cuidar, jogar água, plantar”, diz Eric Davi Bandeira, de 11 anos.
“Se a terra ficar quente, não vai dar para plantar essas árvores lindas que tem por aqui”, diz Ana Clarisse do Vale, de 11 anos.
Reunir as crianças debaixo da sombra das árvores durante as aulas de leitura para conversar sobre a importância de cuidar dos bichos, das plantas, dá água, também é parte da rotina da região.
Essa conexão com a natureza facilita o aprendizado e fortalece a educação ambiental.
“O que eu ensino para as crianças é amar a natureza. Eu quero que outras zeneidas apareçam. E eu esyou justamente formando essa turminha”, diz Zeneida Lima, pajé.
Zeneida Lima é uma grande defensora da floresta na Amazônia. Foi a pajé, que também é escritora e compositora, quem criou o Instituto Caruanas, há 25 anos, para preservar a memória da civilização marajoara. A escola tem o apoio do Criança Esperança.
A professora Eduarda estudou no lugar e compartilha com os alunos o lema que aprendeu durante as aulas: brincar, contemplar e respeitar a natureza.
“Os alunos saindo daqui, com esse pensamento de que tu cuidar do meio ambiente que tu vive, tu cuidar do teu entorno, tu tá cuidando do teu próximo, para um futuro melhor, para um futuro prolongado”, diz Eduarda Cristina Penha, professora.
“A natureza é futuro para nós, protege nós”, diz Joyce Trindade, de 12 anos.
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