1 de outubro de 2024

Santa Casa de São Carlos realiza cirurgia para acretismo placentário pela 1ª vez; entenda a doença

Paciente teve bexiga atingida por placenta e precisou fazer cesárea e retirada do útero. Procedimento durou cinco horas. Veja os fatores de risco. Santa Casa de São Carlos realiza cirurgia inédita em gestante
A Santa Casa de São Carlos (SP) realizou pela primeira vez , neste mês, uma cirurgia para o tratamento de acretismo placentário (leia mais sobre a doença abaixo) pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O procedimento de alta complexidade envolveu equipes de ginecologia, urologia, cirurgia vascular, anestesiologia e pediatria.
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A cirurgia foi realizada em Elen Iazolli, de 37 anos, que estava na sua terceira gravidez. Foi necessária fazer a cesárea de Isabeli, que nasceu de 8 meses.
Santa Casa de São Carlos realiza cirurgia para acretismo placentário pelo SUS
Santa Casa de São Carlos/Divulgação
O procedimento foi marcado pelos médicos após o diagnóstico do problema, em maio. No caso de Elen, a placenta chegou a se aproximar da bexiga.
“Foi tenso, porque aquela coisa na cabeça, todo dia, então, tinha hora que eu ficava bem mal, a gente ficava pensando no que poderia acontecer”, contou Élen.
Ela fez a cesárea e depois retirou o útero. As operações demoraram aproximadamente 5 horas.
“Se a gente tivesse descoberto na hora do parto, os riscos para ela teriam sido muito maiores. Os vasos do útero e da placenta já são vasos que sangram bastante e no acretismo esse sangramento é maior. A preocupação era com o sangramento e com o quanto essa placenta estava invadindo outros órgãos”, explicou a coordenadora de ginecologia e obstetrícia da Santa Casa, Bruna Parreira.
Elen Iazolli, de 37 anos, teve acretismo placentário na gestação da sua terceira filha
Reprodução EPTV
Acretismo Placentário
Acretismo placentário é uma condição rara que ocorre quando a placenta se adere de forma anormal ao útero, invadindo o endométrio e, em casos mais graves outras camadas e órgãos adjacentes, como a bexiga e o intestino. Essa invasão aumenta significativamente o risco de hemorragias graves durante o parto.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, de janeiro a junho foram registrados 290 procedimentos ambulatoriais e 96 internações por acretismo placentário. Em todo ano de 2023, foram 163 internações e 583 procedimentos ambulatoriais.
Alguns fatores de risco podem causar o acretismo placentário:
idade materna avançada;
cirurgias uterinas, como a remoção de miomas;
cesáreas anteriores, já que o útero passa por cicatrização.
“Ainda é raro, mas a gente vê que esse número tende a crescer com as cesáreas. A cesárea acaba gerando um ponto de fragilidade no útero e que faz com que a placenta consiga invadir além da camada que era para ela. Eu falo que é como se fosse uma árvore, as raízes vão se infiltrando ali e pode passar até mesmo da serosa que é a camada externa do útero, invadindo outros órgãos”, explicou Bruna.
O acretismo placentário pode ser diagnosticado através de exames de imagem, como ultrassonografia e ressonância magnética.
O tratamento é geralmente um parto cesárea, com histerectomia, entre 34 e 35 semanas de gestação.
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