1 de outubro de 2024

Mulheres ganham 18,7% a menos que homens em Roraima, revela relatório

Documento reúne informações de 88 empresas roraimenses com 100 ou mais funcionários. No país, as mulheres ganham 20,7% a menos do que os homens Carteira de trabalho
Geraldo Bubniak/AEN
As mulheres ganham 18,7% a menos do que os homens em Roraima. No estado, a remuneração média dos homens é de R$ 2.460, enquanto a das mulheres é de R$ 2.001. É o que aponta o 2º Relatório de Transparência Salarial, documento elaborado pelos Ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres com o recorte de gênero, a partir dos dados extraídos de informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários.
Em Roraima, a diferença de remuneração entre mulheres e homens varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença é de 5,3%. Já em cargos técnicos de nível médio, chega a 35%.
No Brasil, as mulheres ganham 20,7% a menos do que os homens, de acordo com o 2º Relatório de Transparência Salarial. No total, 50.692 empresas responderam ao questionário – quase 100% do universo de companhias com 100 ou mais funcionários no Brasil.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 27%.
A Lei de Igualdade Salarial determina a equiparação de salários entre mulheres e homens em situações nas quais ambos desempenham funções equivalentes (ou seja, quando realizam o mesmo trabalho, com igual produtividade e eficiência).
No total, 88 empresas roraimenses responderam ao questionário. Juntas, elas somam 23.185 pessoas empregadas. O 2º Relatório foi apresentado na última quarta-feira, 18 de setembro. Em março, o primeiro relatório indicou que, em média, as mulheres recebiam 82,7% do salário pago aos homens no estado, ou 17,3% a menos.
No primeiro ciclo, 89 empresas enviaram informações referentes a 21.258 pessoas empregadas.
No recorte por raça, o relatório aponta que o número de mulheres negras é bem maior que o de mulheres não negras nas empresas do levantamento, com registro de 5,9 mil e 3,1 mil, respectivamente. Contudo, mulheres negras recebem, em média, 4,69% a menos que as não negras. Entre os homens negros e não negros, a diferença de remuneração média é de 5,4%.
O documento registrou que, em Roraima, 59,4% das empresas possuem planos de cargos e salários; 37,5% têm políticas de incentivo à contratação de mulheres; 37,5% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência e 25% adotam incentivos para contratação de mulheres negras.
Em relação ao incentivo à contratação de mulheres LGBTQIAP+, 18,8% dos estabelecimentos contam com a política.
O relatório também apresenta informações que indicam se as empresas contam com políticas efetivas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilização do regime de trabalho para apoio à parentalidade, entre outros critérios vistos como de incentivo à entrada, permanência e ascensão profissional das mulheres.
A diretora de Programa do MTE, Luciana Nakamura, diz que a igualdade salarial está prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) desde 1943, mas que “não é cumprida pelas empresas”.
“Queremos que as empresas olhem para as desigualdades salariais dentro do ambiente de trabalho, e, assim, possam promover a igualdade entre homens e mulheres. Por isso, a publicação do relatório é importante, porque vai revelar a desigualdade dentro daquele estabelecimento”, afirma.
Todos os dados estão disponíveis para consulta no Portal Emprega Brasil – Empregador. As empresas têm até 30 de setembro para publicar o seu relatório individual no portal ou em suas redes sociais, sempre em local visível, garantindo a ampla divulgação para seus empregados, trabalhadores e público em geral.
Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

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