1 de outubro de 2024

Famílias de Sorocaba alegam problemas no transporte de pacientes que fazem tratamento de saúde em outras cidades

Um dos problemas ocorreu nesta sexta-feira (27) referente a uma criança de dois anos. Outro caso também ocorreu em agosto, segundo a família de paciente. Ambulâncias estacionados no Mercado Distrital, em Sorocaba (SP)
Marcel Scinocca/g1
O transporte de pacientes de Sorocaba (SP), que dependem de atendimento médico fora da cidade, tem sido alvo de reclamações por parte de pacientes e dos familiares que acompanham nas viagens.
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Nesta sexta-feira (27), a família de um criança de dois anos, que trata um câncer em São Paulo e que já perdeu a visão devido à doença, procurou o g1 para relatar o problema.
A mãe, Maiara Barbosa, conta que quando o carro chegou para o transporte, durante a madrugada, havia uma cadeirante no veículo, que também tinha consulta agendada. Por causa disso, ela não poderia embarcar com a cadeirinha da criança e nem mesmo com roupas suficientes para ficar no hospital por mais de 10 dias, como tem ocorrido. A solução foi desistir da viagem.
“Não é justo o que estão fazendo com o meu filho”, afirma a moradora do bairro Santa Rosa, uma comunidade da zona norte de Sorocaba. “Como vou ficar no hospital sem roupa, por 10 dias”, questiona. “Já fiquei quatro meses com ele sem vir embora. Como vou ficar sem roupa? Só Deus mesmo”, desabafa.
Com o cancelamento, ela ainda levou bronca de uma funcionária do hospital. “Reza pro seu filho ficar bom no final de semana. Tinha que ter vindo hoje”, contou.
A Prefeitura de Sorocaba afirmou que devido à alta demanda de transportes, “a pasta busca atender ao maior número de pacientes com eficiência e qualidade e, para isso, na solicitação o requerente deve informar todas as necessidades de viagem, como quantidade de bagagens e acessórios. Na solicitação, realizada ontem (quinta-feira), não constava as especificações que são solicitadas para melhor atendimento”.
Problema em agosto
Outro problema ocorreu em agosto deste ano. Uma paciente que tem 28 anos e fez transplante de rim também teve dificuldade com o transporte, a ponto de precisar desistir do serviço.
No dia da viagem, em vez de carro de passeio, a prefeitura ofereceu uma van, com vários outros pacientes. A família não considerou o transporte adequado, seguro e confortável para uma pessoa transplantada. “Deixam de usar carros e enfiam todos os pacientes em uma van”, reclama Madalena de Jesus Pereira, mãe da paciente.
Ela diz ainda que a filha precisou de 20 pontos com a cirurgia, que precisa ir ao banheiro a cada 30 minutos, além de todo o cuidado em função de possíveis infecções. Por isso, conforme a família, a necessidade de veiculo individual.
“Ela tem 28 anos, mas tem o corpo de uma menina de 12. Recebeu o rim de um homem de 41 anos. Esse rim é grande e o corte da cirurgia dela está até a púbis, de grande que foi o corte.”
Com a situação, ele afirma que teve de providenciar o transporte por conta própria. “O desespero foi tanto que peguei o Uber sem dinheiro e estou arrumando pelo caminho, para conseguir emprestado de parentes até eu chegar no hospital”, comentou no dia da viagem, em 27 de agosto.
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A Prefeitura de Sorocaba afirmou que, conforme portaria número 2.563, de 3 de Outubro de 2017, “deve ser utilizado em situações previsíveis de atenção programada com a realização de procedimentos regulados e agendados, sem urgência, realizados por veículos tipo lotação conforme especificação disponível no Sistema de Informação e Gerenciamento de Equipamentos e Materiais (Sigem)”;
Entretanto, a família alega que esse não era o caso e que o próprio protocolo da Prefeitura de Sorocaba havia a informação de que a necessidade de transporte era individual, com acompanhante e sem cadeira.
O g1 recebeu outras reclamações sobre problemas no transporte de pacientes, incluindo o caso de servidores públicos que também não conseguem o atendimento adequado.
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