4 de outubro de 2024

Debate entre candidatos à prefeitura de SP começa com ataques entre candidatos, mas sem agressão

Evento é promovido pelo UOL/Folha na manhã desta segunda (30) e reúne Boulos (PSOL), Marçal (PRTB), Nunes (MDB) e Tabata (PSB), concorrentes numericamente mais bem colocados no último Datafolha. Guilherme Boulos (PSOL), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB) no debate promovido pelo UOL/Folha de S.Paulo
Reprodução
O debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo, promovido pelo portal UOL e jornal Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (30), está sendo marcado por uma tentativa de um tom mais moderado, mas com acusações pessoais entre os candidatos, discussão sobre o uso político da religião e voto feminino.
O encontro reúne apenas os quatro concorrentes numericamente mais bem colocados no último Datafolha: Guilherme Boulos (PSOL), Ricardo Nunes (MDB), Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB).
O primeiro bloco começou com o tom moderado debatendo sobre como foi tratada a pandemia Covid-19 em São Paulo, mas subiu quando Pablo Marçal (PRTB) foi questionado sobre as acusações que fez contra Guilherme Boulos sobre uso de cocaína.
“É, o seu advogado fez essa defesa, ele está buscando uma defesa técnica. Agora, os nomes espraiada, hospital do servidor e algumas outras coisas mais que eu vou trazer essa semana eu prometi mostrar na última semana e vou falar sobre isso”, respondeu Marçal.
“A baixaria do Marçal não tem limite, né gente? É impressionante quando alguém vem pra campanha só pra atacar, tumultuar. Sabe o que ele está dizendo aqui? Eu vou dizer pra vocês o que que está por trás. Primeiro, ele inventou a mentira que a repórter já disse aqui, trabalhando com um homônimo. Um cara chamado Guilherme Bardawil Boulos que teve um processo por porte de drogas e que ele queria atribuir a mim, pra confundir o eleitor. Agora, quando ele cita o hospital do servidor, ele está se referindo a um período quando, por 19 anos, eu enfrentei uma depressão crônica”, disse Boulos.
E complementou: “Nunca disse isso publicamente, porque não cabe, e fiquei alguns dias no hospital do servidor. Enfrentei como muitos jovens enfrentam e lidei com ela, venci a depressão e segui em frente que é o que eu desejo pra todos que enfrentam a depressão. Aliás, isso pode ser confirmado pelos prontuários do hospital e será. Pode ser confirmado por todos o médicos que passaram por lá e será. O Marçal trabalha assim, é com lama, com esgoto, com mentira, atacando reputações e desrespeitando as pessoas. Uma pessoa como essa não teria nem condições a ser candidato a prefeito de São Paulo, quanto mais a ser prefeito”.
Marçal, então, rebateu. “Os princípios do Guilherme são: depredar patrimônio público, ele fala com muito prazer que faz isso em defesa daquelas pessoas que tão sem abrigo, mas não tinha ninguém abrigado dentro da Fiesp. Segundo lugar, apoiou rachadinha quando ele poderia moralizar o congresso nacional. Terceiro lugar, ele sempre defendeu batendo no peito a descriminalização de todas as drogas”.
O candidato ainda questionou Boulos se ele já usou drogas. “Para não ficar no ar. Eu nunca usei cocaína, que fique muito claro. Não uso drogas e, já que ele quer saber, esse é o nível lamentável. Maconha eu provei uma vez na adolescência, me deu uma dor de cabeça danada e nunca mais. Quem em conhece sabe muito bem disso”, respondeu Boulos.
Religião
No segundo bloco houve debate sobre o uso da religião na política entre os candidatos Marçal, Ricardo Nunes e Tabata Amaral. Pablo Marçal questionou Ricardo Nunes se ele sabia realmente versículos bíblicos ou se apenas lia algo escrito pelo marqueteiro, e o acusou de usar o eleitor cristão. Os dois, então, citaram versículos durante a troca de respostas.
Tabata Amaral (PSB) complementou ressaltando que usar religião não deve ser usada por candidados. “E só um comentário sobre essa instrumentalização da fé que a gente está vendo aqui. Eu sou cria de igreja, a igreja salvou a minha vida mas vocês nunca vão me ver entrando nessa competição da gente falar da nossa relação com deus pra ganhar um voto, porque essa é a última coisa que um cristão faria”, disse Tabata.
E complementou: “Sabe por que eu não fico esbravejando sobre a minha fé? Porque eu não preciso, a relação que eu tenho com Deus é com Deus, é com a minha comunidade, é com a minha igreja e eu aprendi desde muito pequeninha, no coral, na infância missionária que o bom cristão demonstra seus valores pelos seus atos e não pelas suas palavras bonitas. Quanta gente aqui que já foi condenada que já foi investigado, onde é que está na Bíblia que cristão rouba, que cristão dá golpe, que cristão prejudica, tira dinheiro de coisa miúda e de coisa grande. Não preciso falar se eu estou aqui pra trabalhar, pra servir. Com Jesus, a gente não aprendeu sobre a falação”.
“Tem gente que é bom de cartaz, de militância, tem gente que é bom de propaganda, tem gente que é bom de mentira. Não foi isso que eu aprendi e eu relamente não acho que essa instrumentalização da fé ela é boa, nem pra nós cristãos nem pro que ta acontecendo. Mas, se você quer saber quem de fato carrega os valores cristãos independente da religião que pratica, olha pros valores, porque desonesto pra mim não é cristão, e quem fala demais e mente e não traz ações concretas pra retribuir também não é cristão”.
Eleitorado feminino
Outro tema que foi discutido entre os candidatos foi sobre o eleitorado feminino. Pablo Marçal afirmou que “mulher não vota em mulher porque é inteligente”.
“O que eu quero que você entenda é que o esforço da Tabata é de parecer a mais sábia. Ela é a mais inteligente, só que a sabedoria dela é a mais baixa. Por que? A sabedoria envolve a experiência e o fato dela ficar esbravejando como se ela fosse a tia do colégio aqui entre nós, ela quer provar pra você que é mulher. Tabata, se mulher votasse em mulher você ia ganhar no primeiro turno. A mulher não vota em mulher, a mulher é inteligente, ela tem sabedoria, ela tem experiência, ela olha pra você e vê você sempre nesse embate, não vai votar em você”, afirmou.
“Se fosse isso, pobre votaria em pobre, negro ia votar em negro. O único aqui entre nós que tem um vice que é negro, lá de Pirituba, que é polícia, mulher, negro e nordestina, se fosse assim a gente ia vencer com 80% dos votos. O que você tem que ver aqui é quem não é viável. Presta bem atenção nas pessoas que não é viável que é a maioria dos que tão aqui”.
Guilherme Boulos criticou a afirmação de Marçal sobre o voto feminino e Tabata também ressaltou: “Única coisa que disparou nessa eleição foi a rejeição de Pablo Marçal. Adivinha entre quem: mulheres e, principalmente, mulheres da periferia”.

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