27 de dezembro de 2024

Psicólogo é indiciado por violação sexual de paciente: ‘Não pode ser chamado de profissional’, diz delegado

Alex Sandro de Lourenço foi preso após vizinhos do consultório dele entregarem vídeos para polícia. Delegado afirma que ouviu outras mulheres e incentiva vítimas a procurarem a polícia. Defesa dele nega acusações. Psicólogo é indiciado por violação sexual de paciente, diz delegado
O psicólogo Alex Sandro de Lourenço, preso na quarta-feira (25) após ser filmado beijando à força uma paciente durante uma consulta em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, foi indiciado pelo crime de violação sexual mediante fraude.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, Fernando Vieira, o homem utilizou da profissão e da confiança concedida a ele devido à posição de psicólogo para ludibriar a vítima “de forma ardilosa, tornando-a vulnerável e, além de segurá-la contra a parede, a beijou, por duas vezes, de forma lasciva, sem seu consentimento”.
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Segundo ele, outras vítimas procuraram a Polícia Civil e relataram situações parecidas que sofreram com o mesmo psicólogo em anos anteriores. Vieira ressalta que “os depoimentos delas foram fundamentais para compreender a forma de agir do homem”.
“No decorrer do inquérito policial foram colhidos diversos depoimentos, analisadas imagens e, ainda, juntadas outras provas que estão em sigilo, e há robustos elementos pra afirmar que esta pessoa, que não pode ser chamado de profissional, se aproveitou da profissão de psicólogo e da vulnerabilidade desta paciente, para aproveitar-se desta condição”, explica o delegado Fernando Vieira.
Lourenço foi preso após vizinhos que tinham visão do interior das janelas do consultório acionarem a polícia e entregarem filmagens feitas do local. A mulher que estava sendo atendida pelo psicólogo relatou que, no meio da sessão, ele perguntou se poderia abraçá-la, a jogou contra uma parede e a beijou à força – prática que caracteriza crime. Saiba mais abaixo.
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O psicólogo foi detido em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva no dia seguinte. Ou seja, vai ficar preso por tempo indeterminado.
O Código Penal define o crime como “ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima”. A pena prevista em caso de condenação é de dois a seis anos de prisão.
Em nota, o advogado de defesa do psicólogo, José Mauricio Barros Junior, disse que em razão da complexidade do caso vai se manifestar apenas no processo judicial, mas adiantou garantir que Alex Sandro de Lourenço é inocente.
“Nesse momento, [a defesa] refuta veementemente as acusações, uma vez que não são expressão da verdade dos fatos, o que será comprovado em sede processual”, afirmou.
Investigações e denúncias
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O delegado responsável pelo caso, Fernando Vieira, afirma que, após a prisão, vizinhos entregaram outras gravações feitas, em dias diferentes, mostrando situações similares sendo cometidas pelo psicólogo contra outras possíveis vítimas.
A RPC e o g1 tiveram acesso às imagens, mas não vão divulgá-las por respeito à vítima e devido ao caso estar em sigilo de Justiça.
“Existem outras imagens e outros vídeos de outras situações com outras mulheres que denotam que essa conduta seria habitual por parte dessa pessoa, desse psicólogo, desse profissional – que é regularmente inscrito no Conselho Regional de Psicologia, mas que não tem uma conduta, a meu ver, pelo que foi apurado, adequada pra exercer essa profissão”, afirma Vieira.
O delegado também incentiva que pacientes que foram vítimas do psicólogo se apresentarem à polícia para denunciar os casos.
“Eu acredito que com a divulgação dessa situação – e é por isso que a gente está fazendo esse trabalho explicando o que aconteceu – possam surgir pessoas que talvez entendessem que aquela conduta pudesse fazer parte de um procedimento de psicologia, mas que não faz. Não existe tratamento em que você precisa fazer sexo oral num psicólogo, você precisa beijar psicólogo. Isso é totalmente vedado porque é crime”, reforça.
As denúncias podem ser feitas pelos telefones 197, da Polícia Civil, ou diretamente em delegacias da corporação. Um dos telefones para contato é (42) 3219-2750.
Alex Sandro Lourenço tem 47 anos
Reprodução/Redes Sociais
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Conselho de Psicologia
Em nota, o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) disse que o profissional tem inscrição secundária ativa (por também atuar no estado, mas ter a inscrição principal no Rio Grande do Sul) e afirma que possui procedimentos de apuração de denúncias em trâmite.
“Os procedimentos, que correm em sigilo por força de legislação, podem resultar em penalidades diversas, incluindo a cassação do registro profissional. Todos os esforços serão empenhados para colaborar com as autoridades dentro das atribuições legais deste Conselho”, informa o CRP-PR.
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