Defesa Civil de Brasiléia explicou que a zona rural da cidade já enfrenta problemas com abastecimento de água, e se o cenário de redução do manancial se mantiver, distribuição pode ser afetada também na parte urbana. Município passou pela maior enchente de sua história em fevereiro. Rio Acre segue em baixa no município de Brasiléia, no interior do estado
Jhonys David/Arquivo pessoal
O nível do Rio Acre em Brasiléia, distante mais de 200 km da capital Rio Branco, está há pelo menos três dias em 60 centímetros, o menor índice já registrado na história da cidade, de acordo com a Defesa Civil do município. O nível se mantém na cidade desde o sábado (28).
📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp
No fim de agosto, o rio já havia registrado a menor cota histórica por três dias seguidos. De acordo com a Defesa Civil Municipal, no dia 20 de agosto o nível estava em 75 centímetros, diminuiu para 74 no dia seguinte e a 73 centímetros no dia 22 daqueles mês.
A situação atual, que preocupa as autoridades por conta do risco de desabastecimento, contrasta com o que foi vivenciado pelos moradores em fevereiro deste ano, quando o Rio Acre alcançou a maior marca de sua história na cidade: 15,58 metros. Na época, cerca de 80% do município ficou inundado.
Na primeira foto, Rio Acre em Brasiléia inundou ponte metálica em fevereiro; na segunda, nível alcança o pior registro quase seis meses depois
Initial plugin text
LEIA MAIS:
Brasiléia (AC) se torna exemplo dos desafios impostos por condições climáticas extremas no Brasil
Entenda como o Acre foi de cheia história a seca intensa
À época, o coordenador da Defesa Civil, tenente Sandro Cordeiro, informou que havia solicitado ajuda do governo federal através da Secretaria Nacional de Defesa Civil. A cidade também está na lista das que tiveram a situação de emergência reconhecida por conta da estiagem.
De acordo com o tenente, uma portaria de ajuda humanitária foi publicada pelo governo federal e a instituição está em fase final de cotação de insumos e aluguel de caminhões pipa para apoiar moradores das zonas urbana e rural da cidade.
“Nessa demanda também estão inseridos os povos originários, colônias de pescadores e ribeirinhos”, acrescentou o tenente.
Ponte Wilson Pinheiro, em Brasiléia, na fronteira entre Brasil e Bolívia
Jhonys David/Arquivo pessoal
Maior enchente da história
Brasiléia teve praça alagada após transbordo histórico do Rio Acre
Prefeitura de Brasiléia
Brasiléia é mais um município que passa por seca recorde após registrar enchente histórica no início de 2024. No dia 28 de fevereiro, o nível do Rio Acre iniciou com 15,56 metros no município. No decorrer do dia, o manancial aumentou mais dois centímetros.
Com isso, superou a marca registrada em 2015 em Brasiléia, de 15,55 metros, naquela que ficou conhecida como a pior cheia da história da cidade, quando as águas do manancial cobriram 100% da área urbana do local.
VEJA TAMBÉM:
Brasiléia, no Acre, tem a maior enchente da história da cidade
Em meio a maior enchente da história, prefeita de Brasiléia considera projeto para tirar moradores da parte baixa da cidade
Na época, quase 4 mil pessoas estavam desabrigadas ou desalojadas, segundo a prefeitura do município. Os moradores de Brasiléia e de Epitaciolândia, cidade vizinha, faziam filas para aguardar as embarcações que faziam o transporte de moradores para várias atividades. Naquela ocasião, 16 abrigos haviam sido montados para receber a população desabrigada.
No bairro Leonardo Barbosa, que chegou a ficar isolado do lado brasileiro, uma cratera se formou. A área, porém, não sofreu rompimento definitivo do território nacional.
VÍDEOS: g1