26 de dezembro de 2024

De IA a superlaboratórios, Campinas reúne pioneiros nos campos da tecnologia e saúde

Cidade é berço do maior laboratório de inteligência artificial na América Latina, e abriga o Sirius, estrutura capaz de enxergar as menores partículas do universo. EPTV 45 anos: a importância da tecnologia na trilha de uma nova era

O dicionário define pioneiro como “aquele que anuncia algo de novo, antecipando-se aos demais de sua área de conhecimento”. E Campinas (SP) destaca-se como o berço de pessoas e estruturas pioneiras, no campo das comunicações, tecnologia e saúde.
A cidade está na vanguarda da Inteligência Artificial (IA), com o maior laboratório dedicado ao tema na América Latina, na Unicamp, e abriga, dentro do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), a mais complexa estrutura da ciência no Brasil: o superlaboratório Sirius, capaz de enxergar as menores partículas do universo.
E em breve terá o reforço do Orion, primeiro laboratório de biossegurança máxima (NB4) da América Latina, em construção no CNPEM, e que oferecerá ao país a estrutura necessária para o enfrentamento de futuras pandemias.
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“Infelizmente, vírus são de ocorrência natural. O contato com esses vírus se dá muito em função do ser humano chegar em áreas onde não chegava antes, o desmatamento, esse é o maior fator de risco”, explica Maria Augusta Arruda, diretora de biociências do CNPEM.
O conteúdo sobre pioneirismo integra a série de reportagens em homenagem aos 45 anos da EPTV, nesta terça-feira (1), e é tema do Globo Repórter desta sexta-feira (4).
Perspectiva artística do Orion, complexo laboratorial de máxima contenção biológica que será construído no CNPEM, em Campinas (SP), como parte do novo PAC do governo federal
Reprodução/CNPEM
Tecnologia de ponta
Dentro do complexo do CNPEM em Campinas são desenvolvidos diversos trabalhos de ponta, entre eles um de engenharia de tecidos, em que pesquisadores criam miniórgãos em laboratório.
“Nós fabricamos miniórgãos humanos em laboratório, a partir de células humanas combinadas com biomateriais, e nós temos dois objetivos. Um deles é a medicina regenerativa, e o outro é imitar o funcionamento de um organismo no laboratório para que a gente possa conhecer as doenças e testar novos medicamentos, tratamentos em tecidos humanos antes de expor um ser humano a essa substância”, explica a pesquisadora Cíntia Horinouchi.
O avanço em diferentes áreas da saúde e tecnologia no CNPEM é possível graças ao pioneirismo de cientistas que, na década de 1980, lideraram a construção do primeiro síncrotron do Hemisfério Sul, o UVX, precursor do Sirius.
Um desses exemplos é o engenheiro e físico Antonio Ricardo Droher Rodrigues, um dos “pais do Sirius”, mas que morreu antes de ver o equipamento em pleno funcionamento.
“Ele foi central. Ele tinha sido o responsável técnico pela construção dos aceleradores e do projeto do primeiro síncrotron, e eu entendia que seria central ter essa experiência, ter esse arrojo”, pontua Antonio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM.
IA
Cada vez mais em evidência, a Inteligência Artificial (IA) é desenvolvida por pesquisadores há décadas. Um dos desbravadores da área é coordenador do maior laboratório do tema na América Latina, e que fica na Unicamp.
Anderson Rocha começou a carreira pesquisando mensagens cifradas de terroristas que atuaram no 11 de setembro, em 2001, nos Estados Unidos.
“A Inteligência Artificial chegou, chegou para ficar. Não é hoje uma área da computação mais, é uma área chamada multidisciplinar”, enfatiza Rocha.
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