Todas as calhas dos rios do estado estão em estado crítico de vazante. Em Manaus, o Rio Negro está a menos de um metro de atingir a vazante recorde do ano passado. Ribeirinhos carregam galões de água enquanto atravessam bancos de areia do rio Madeira até a comunidade Paraizinho, em meio à pior seca da história. Humaitá, Amazonas (10 de setembro)
Bruno Kelly/Reuters
A seca histórica que atinge o Amazonas em 2024 já afeta 747.642 pessoas em todo o estado, segundo o boletim sobre a estiagem divulgado pela Defesa Civil nesta segunda-feira (30). De acordo com o órgão, 186 mil famílias estão impactadas neste ano. Esse número é maior do que o registrado em 2023, quando cerca de 633 mil pessoas de 158 mil famílias foram afetadas.
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O Amazonas enfrenta uma estiagem severa, que deixou todas as calhas dos rios do estado em situação crítica. Na capital, Manaus, o Rio Negro está a menos de um metro de atingir o nível de seca do ano passado, quando o rio, um dos principais afluentes do Rio Amazonas, alcançou 12,70 metros — o menor nível registrado em mais de 120 anos.
Na capital, a prefeitura já fechou a praia da Ponta Negra, o principal balneário da cidade. No porto, o surgimento de bancos de areia tem afastado as embarcações e alterado a rotina de quem depende do rio para viver. Até o Encontro das Águas se tornou mais difícil de observar devido a essa situação.
Todo o estado está em situação de emergência por conta do fenômeno.
Seca histórica afeta vida de 560 mil no Amazonas
Veja a situação das principais cidades do estado:
Em Tabatinga, na região do Alto Solimões, o Rio Solimões está em -2,19 metros. O registro é de sábado (28). Dados da Defesa Civil apontam que o rio tem descido, em média, 5 centímetros por dia, no último mês. A cidade vive sua pior seca da história.
Na cidade de Coari, na região do Médio Amazonas, o rio mede 1,54 metros. O registro é do dia 17 de setembro, última atualização da Defesa Civil do local.
Em Parintins, no Baixo Amazonas, o Rio Amazonas está em -1,95 metro. O cenário também é crítico na região, segundo o estado.
Em Itacoatiara, o mesmo Rio Amazonas está medindo 1,97 metros. A cidade recebeu um porto flutuante, onde os navios cargueiros, que atendem as empresas do Polo Industrial de Manaus, transferem suas mercadorias para balsas que ainda conseguem chegar na capital amazonense.
Por fim, em Humaitá, o Rio Madeira segue em 8,08 metros. O rio desceu uma média de -4 centímetros por dia.
Assistência humanitária
No âmbito da assistência humanitária, foram distribuídas 1,9 mil toneladas de alimentos para as regiões mais afetadas. Para atender as famílias impactadas, o governo instalou 35 purificadores de água, sendo 8 destinados à calha do Alto Solimões, e enviou 700 caixas d’água para melhorar o acesso à água potável.
Além disso, o governo informou que enviou 200,3 toneladas de medicamentos e insumos para municípios das regiões do Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões.
Foram também enviados 37 cilindros de oxigênio para Eirunepé, Canutama e Itamarati, além da instalação de uma usina de oxigênio em Envira. Para Ipixuna, foram enviados 10 cilindros de oxigênio e medicamentos, totalizando 8,4 mil volumes distribuídos em diversos municípios.