26 de dezembro de 2024

Astrônomo amador faz registro do ‘Cometa do Século’ no céu de Marília: ‘Não esperava’

Batizado de C/2023 A3, cometa pode ser visto a olho nu em todo o Brasil desde a segunda quinzena de setembro. Confira dicas de como observá-lo em seu pico máximo de brilho, previsto para 13 de outubro. Astrônomo amador registra ‘Cometa do Século’ no céu de Marília
Arquivo pessoal
Um astrônomo amador de Marília (SP) capturou imagens da passagem do cometa C/2023 A3 (Tsuchinshan-Atlas), conhecido como o “Cometa do Século”, na madrugada deste domingo (29).
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O corpo viaja pelos céus brasileiros desde a segunda quinzena de setembro, quando ficou mais perto do sol, se tornando assim visível para os observadores, inclusive a olho nu.
As fotografias foram tiradas no distrito de Lácio e chamaram a atenção por, além de revelarem a cauda típica desse tipo de corpo celeste, mostrar também a estrutura do cometa, visível nas imagens em três segmentos distintos.
Estrutura do cometa C/2023 A3 é visível nas imagens em três segmentos distintos
Arquivo pessoal
O zootecnista e ambientalista Valter Eugênio Saia foi o responsável pelos registros. Ele conta que as imagens foram feitas pela manhã, para que a poluição luminosa seja menor e a imagem mais nítida.
“Acordei às quatro horas da madrugada para ver e fotografar o cometa. A poluição luminosa atrapalha um pouco, mas, mesmo assim, consegui captar imagens raras da estrutura”, conta.
Para realizar o registro, o astrônomo amador utilizou apenas uma câmera semiprofissional, o que o deixou surpreso pela riqueza de detalhes alcançada.
“Detalhes são raros em registros de cometas. Desejava, mas não esperava. Tenho muitas fotos de observações, mas estas são especiais”, classificou.
Astrônomo amador faz registro do ‘Cometa do Século’ no céu de Marília
Arquivo pessoal
Como observar o C/2023
Originário da Nuvem de Oort, o C/2023 A3 foi descoberto pelo Observatório da Montanha Púrpura em 9 de janeiro do ano passado e, posteriormente, identificado de forma independente pelo sistema ATLAS, na África do Sul.
O cometa deve continuar visível nos próximos meses à medida que se aproxima do Sol. A expectativa é que em torno de 13 de outubro seu aparecimento traga um brilho tão intenso como o do cometa Hale-Bopp, que passou pela Terra em 1997 e foi um dos mais brilhantes da segunda metade do século XX. Por isso, o apelido de “Cometa do Século”.
O C/2023 A3, também conhecido como Tsuchinshan-ATLAS, em imagem feita em 10 de junho de 2024.
Wikimedia
Para observar o corpo celeste, é preciso lembrar que as dicas de visualização mudam ao longo dos dias por conta de sua trajetória em relação ao Sol e à Terra, mas ele poderá ser visto em todo o país dependendo das condições climáticas.
Essas variações são causadas pelo movimento do cometa em sua órbita, que altera sua posição em relação ao nosso planeta e ao Sol ao longo do tempo.
Por isso, para localizar o C/2023 A3 no céu, aplicativos de observação de estrelas para celular como o Star Walk 2 ou o Sky Tonight podem ser bastante úteis, já que permitem a identificação de diversos objetos astronômicos, além de cometas.
Basta procurar pelo C/2023 A3 na ferramenta de busca desses apps e apontar o celular para o céu perto do melhor horário de observação (que varia ao longo dos dias).
Confira algumas dicas separadas pelo g1:
Até 7 de outubro, o cometa está se aproximando do Sol e da Terra, o que faz com que ele apareça nas primeiras horas da manhã, no leste, pouco antes do nascer do sol.
Entre 7 e 11 de outubro, o cometa vai ficar muito perto do Sol no céu (na visão relativa daqui do nosso planeta), o que dificulta sua visualização, já que o brilho solar ofusca sua imagem.
Após 12 de outubro, o cometa começa a se afastar novamente, e a posição no céu muda. Ele se torna visível logo após o pôr do sol, no oeste, perto do horizonte, exigindo novos horários e direções de observação.
O C/2023 A3 (Tsuchinshan-ATLAS) sob as montanhas de Nova Lima, município mineiro próximo a Belo Horizonte.
Cristiano Xavier
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