2 de outubro de 2024

Pesquisadores coletam boto de quase 2 metros com marcas de rede de pesca na orla de Macapá

Ação ocorreu nesta segunda-feira (30) e faz parte do Projeto Caracterização e Monitoramento de Cetáceos nas bacias Pará, Maranhão e Foz do Amazonas (PCMC). Boto estava em avançado estado de decomposição
PCMC/Divulgação
Um boto rosa fêmea de 1,92 metro de comprimento com marcas de rede de pesca foi coletado nesta segunda-feira (30) na orla do bairro Cidade Nova, área central de Macapá.  
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A ação foi realizada por pesquisadores do Instituto Federal do Amapá (Ifap) em parceria com o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) por meio do Projeto Caracterização e Monitoramento de Cetáceos nas bacias Pará, Maranhão e Foz do Amazonas (PCMC). 
A execução do Projeto é uma exigência estabelecida no processo de licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.
Pesquisadores monitoram impacto de estudo sísmico de petróleo em animais encalhados na costa do AP
Segundo os pesquisadores, o animal foi avistado por volta das 11h por um morador da região identificado como Andrio Ferreira. A princípio, o homem disse pensar que o animal era um ‘pedaço de isopor boiando’. 
“A parte da cabeça dele não aparecia. Aí quando a maré trouxe ele mais para perto, deu para ver que era um boto”, contou Ferreira.
Os pesquisadores foram acionados pela Associação dos Velejadores do Amapá (Avap), que fica próxima à região onde o boto foi encontrado. Uma equipe do Batalhão Ambiental da Polícia Militar (PM) também foi acionada para recolher o mamífero.
“A população local colaborou em diversos sentidos: desde o acionamento, como a presença deles durante o resgate, medição, deslocamento, retirada de uma região de pedras. Eles também amarraram o animal para evitar que a maré o levasse.”, detalhou o médico veterinário Luiz Alberto Sabioni, um dos responsáveis do projeto. 
O veterinário informou que o boto fêmea já estava em estado avançado de decomposição quando a equipe chegou ao local.
Durante a coleta, a bióloga Claudia Silva verificou que o animal apresentava sinais de emalhe em rede de pesca, que são cicatrizes possivelmente causadas por rede de pesca.
“É o primeiro animal dessa espécie que coletamos. A gente percebeu que ele tem algumas marcas de emalhe em rede, então, deve ser provavelmente a causa da morte”, explicou Cláudia.
Ação ocorreu nesta segunda-feira (30)
PCMC/Divulgação
Após a coleta, o animal passa agora pelo processo de limpeza para que os pesquisadores iniciem os estudos. Quanto antes esses mamíferos são encontrados, mais informações são possíveis analisar na pesquisa. 
“Deixamos o animal numa solução com água e detergente, e ele vai passar por esse processo de limpeza até o material ósseo ficar totalmente limpo para ele ser inserido na coleção do Laboratório de Mamíferos do Iepa”, descreveu o cientista ambiental Roginey Silva.
Sobre o Projeto
Projeto é uma parceria entre o Ifap e o Iepa.
PCMC/Divulgação
O Projeto de Caracterização e Monitoramento de Cetáceos busca analisar encalhes de baleias, botos e golfinhos.
Os pesquisadores buscam monitorar os impactos de estudo sísmico – usado para detectar poços de petróleo – em animais marinhos encalhados na costa do Amapá. O monitoramento é parte da exigência do Ibama para exploração na Bacia Pará-Maranhão, na Margem Equatorial.
Até o momento, mais de oito animais foram encontrados sem vida. Entre eles, dois botos adultos, com quase 2 metros de comprimento, e um filhote.
A expectativa é uma ampliação dos estudos e monitoramento caso a exploração de petróleo seja liberada no Amapá também. 
Quem tiver informações sobre avistamento de animais encalhados, pode entrar em contato com a equipe do projeto pelos números: (96) 99116-3712 e (96) 99206-3344.
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