5 de outubro de 2024

De venda de avião a como soube de ordem de prisão: veja ponto a ponto da live de Gusttavo Lima sobre investigação

Transmissão foi realizada pelo cantor junto ao advogado Cláudio Bessa e contou com mais de 185 mil espectadores. Quando a Justiça mandou prender o cantor, a assessoria jurídica disse que ele é inocente. Gusttavo Lima faz live com advogado
Reprodução
Depois de ser indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa, o cantor Gusttavo Lima fez uma live em suas redes sociais para falar com os seguidores sobre o caso. Na transmissão, ele falou sobre a venda de um avião e um helicóptero, como soube da ordem de prisão e outros pontos sobre a investigação (veja abaixo).
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A live foi realizada na segunda-feira (30) pelo cantor junto ao advogado Cláudio Bessa e contou com mais de 185 mil espectadores. O cantor disse que é inocente.
Veja o que Gusttavo Lima falou sobre:
Ser inocente
Como soube do mandado de prisão
Viagem para Miami
Venda de aeronaves
Viagem para a Grécia
Relação com a Vai de Bet
Entenda também:
Como foi o indiciamento?
Por que a ordem de prisão do cantor foi revogada?
O que é a Operação Integration?
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RESUMO DA LIVE: Gusttavo Lima faz live com advogado, fala da venda de avião duas vezes e nega ser sócio da Vai de Bet
NEGA FUGA: Gusttavo Lima nega fuga e diz que só soube do mandado de prisão ao chegar a Miami
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Ser inocente
Na live, Gusttavo Lima reforçou ser inocente das acusações e disse ter sido “surpreendido” com as “suposições e mentiras” sobre ele.
“Eu jamais trocaria minha paz, minha honestidade por qualquer dinheiro desse mundo. Estou aqui abrindo meu coração para todos os meus fãs”, disse.
Ele ainda agradeceu o apoio e as orações dos fãs e amigos.
“Do fundo do meu coração queria agradecer a cada um de vocês pelo apoio, carinho. Todos vocês sabem de onde eu vi, o que eu passei para chegar até aqui”, completou.
Como soube do mandado de prisão
Na transmissão ao vivo feita pelo Instagram, o cantor Gusttavo Lima disse que soube de mandado de prisão contra ele no âmbito da operação que investiga lavagem de dinheiro de jogos ilegais, após chegar a Miami: “tomei um banho e recebi uma ligação”.
Quando a Justiça mandou prender Gusttavo Lima, a assessoria jurídica do cantor disse, em nota. “O cantor GUSTTAVO LIMA jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia Pernambucana”, afirmou o comunicado.
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Viagem para Miami
O cantor ainda negou que tenha fugido e e afirmou que costuma viajar para Miami, nos Estados Unidos, onde tem casa.
“Eu fico entre o Brasil e EUA, e todo mundo sabe disso… e o povo ficou ‘Ah, Gusttavo Lima fugiu'”, declarou o sertanejo.
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Venda de aeronaves
Aeronave foi apreendida no aeroporto de Jundiaí (SP)
Polícia Civil/Divulgação
O Fantástico apurou que Gusttavo Lima é suspeito de uma negociação irregular de duas aeronaves para empresários ligados aos jogos ilegais. Sobre isso, Gusttavo Lima disse na live que não há irregularidades nos contratos da venda e que não sabia que uma das empresas era suspeita de crimes.
“Eu não sei quantos aviões já tive. Mas a gente tem que explicar, porque comprar avião não é igual comprar carro (algo simples)”, afirmou.
Segundo a reportagem divulgada pelo Fantástico no dia 29 de setembro, uma das aeronaves é um avião da Balada Eventos que foi vendida duas vezes (em um ano) para investigados na operação. A reportagem ainda lembra que a primeira venda aconteceu em 2023, por US$ 6 milhões, e foi para a Sports Entretenimento, que pertence a Darwin Henrique da Silva Filho.
Ele ficou com o avião durante dois meses e, logo depois, se desfez da aeronave, alegando problemas técnicos. A investigação mostra que o contrato e o distrato foram emitidos no mesmo dia, 25 de maio de 2023. E que o laudo — que apontou a falha mecânica — foi feito depois do cancelamento da compra, dia 29 de junho do mesmo ano. Ao Fantático, Darwin Fiilho disse que a transação da aeronave foi lícita e regular.
Em fevereiro de 2024, aconteceu a segunda venda: a Balada Eventos, de Gusttavo Lima, vendeu esse mesmo avião — dessa vez, para a empresa J.M.J Participações, do empresário José André da Rocha Neto, sócio da Vai de Bet, que também é alvo da operação. A venda aconteceu, segundo a polícia, sem nenhum laudo que comprovasse o reparo no avião.
A transação de R$ 33 milhões envolveu ainda um helicóptero que também era da empresa de Gusttavo Lima e já tinha sido comprado por outra empresa de André Rocha Neto. Na negociação, o helicóptero voltou para o cantor. A investigação aponta que as empresas que compraram as aeronaves usaram tanto dinheiro legal quanto dinheiro ilegal, vindo do crime.
A defesa de Gusttavo Lima enviou uma nota ao Fantástico em que diz que os contratos foram feitos em nome das empresas com os seus representantes legais, o que afasta a possibilidade de lavagem de dinheiro. Disse também que a análise dos policiais apresenta falhas ao não considerar a data digital do distrato da compra de uma das aeronaves.
Já a defesa de Rocha Neto disse ao Fantástico que ele usou o helicóptero como parte de pagamento do jatinho da Balada Eventos. Quanto à movimentação financeira, Rocha Neto afirma que tem negócios diversificados e que sua família empreendeu e prosperou no ramo da construção civil, há décadas. Disse ainda que ele e a esposa hoje lideram a marca Vai de Bet.
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Viagem para a Grécia
Gusttavo Lima celebra aniversário de 35 anos em super iate de luxo, na Grécia
Reprodução/Redes Sociais
Durante a live, o ‘embaixador’ esclareceu ter viajado para a Grécia no dia 1º de setembro e que “não fazia ideia” de que a operação aconteceria três dias depois. Portanto, não estava se adiantando para fugir da polícia e nem para ajudar outros investigados.
Conforme documento ao qual o g1 teve acesso, a viagem para a Grécia foi usada pela Justiça para embasar a ordem de prisão contra Gusttavo Lima. Na decisão, a juíza Andréa Calado da Cruz citouque o cantor fez a viagem com o casal José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, sócios da Vai de Bet.
Ele ainda contou que a viagem para a Grécia foi programada e foi resultado de um ano de trabalho. O cantor também brincou sobre a viagem ter sido um ‘presente de grego’, diante de toda a repercussão negativa gerada.
“Trabalhei o ano todo para juntar dinheiro para ir nessa viagem. Foi uma viagem maravilhosa”, disse o cantor.
Gusttavo Lima celebra aniversário de 35 anos em super iate de luxo, na Grécia
Reprodução/Redes Sociais
Gusttavo Lima reforçou na live que, entre os convidados da viagem, estavam os donos da Vai de Bet, José André e Aislla Rocha, que estão sendo investigados na operação. No entanto, ele destacou que “ninguém sabia” sobre a situação do casal, que foi considerado foragido até 23 de setembro, quando ambos foram beneficiados por um habeas corpus. Segundo ele, a informação sobre o caso chegou enquanto eles já estavam na viagem.
Ainda durante a live, o cantor relatou que, ao tomarem conhecimento da situação, os proprietários da empresa Vai de Bet seguiram viagem, enquanto ele e sua equipe tomaram outro rumo. A decisão da Justiça falou sobre esse trajeto percorrido pelo cantor durante a viagem.
“Na ida, a aeronave transportou Nivaldo Batista Lima e o casal investigado, realizando o trajeto Goiânia – Atenas – Kavala. No retorno, o percurso foi Kavala – Atenas – Ilhas Canárias – Goiânia, o que sugere que José André e Aislla tenham desembarcado na Grécia ou nas Ilhas Canárias, na Espanha”.
Sobre a logística do voo que passou pelas Ilhas Canárias, o cantor contou que, ao retornarem ao Brasil no dia 7 de setembro, enfrentaram condições climáticas adversas. “Pegamos vento de frente e chuva; o avião que normalmente voa a 900 km/h estava a 560 km/h”, explicou, completando que precisaram fazer a parada para reabastecimento. O advogado Claudio Bessa, que estava na live com o cantor, divulgou a lista completa de passageiros, que incluía amigos, familiares, funcionários e o governador Ronaldo Caiado – que chegou a se pronunciar e dizer que acredita na inocência de Gusttavo Lima.
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Relação com a Vai de Bet
Dono e co-ceo da VaideBet, André e Aislla Rocha, ao lado do casal Gusttavo Lima e Andressa Suíte em festa na Grécia
Reprodução/Redes Sociais
Na live, o cantor Gusttavo Lima afirmou que conheceu os donos da Vai de Bet no São João de 2022, quando foi convidado para ser embaixador da marca. “Nossa relação é 100% profissional, mas acho que o que está acontecendo é uma grande injustiça”, disse.
Na reportagem feita pelo Fantástico, foi revelado que a polícia acredita que Gusttavo Lima seja dono oculto de 25% da Vai de Bet. A explicação para isso é que, no final de 2023, a empresa fechou um patrocínio milionário com o Corinthians, que acabou virando alvo de outra investigação em São Paulo.
No entanto, o cantor negou ser um ‘sócio oculto’ da casa de apostas digital Vai de Bet e de todos os outros crimes pelos quais é investigado pela Polícia Civil de Pernambuco. Ele explicou que, ao invés de ser dono de 25% da empresa, ele tem direito a 25% dos ganhos da marca com o uso de seu nome e imagem.
“Meu relacionamento com os sócios da Vai de Bet é de muito profissionalismo. Meu contato com eles é 100% profissional”, afirmou Gusttavo.
O Corinthians disse ao Fantástico que o caso está na Justiça e que o clube não trata mais de questões ligadas a essa empresa. Já André da Rocha Neto, sócio da Vai de Bet, disse ao Fantástico que o cantor tem direto a 25% da marca, mas que nunca foi sócio e jamais participou da administração.
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Como foi o indiciamento?
Gusttavo Lima é indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa em investigação sobre jogos ilegais
A reportagem feita pelo Fantástico revelou que Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa no último dia 15 de setembro. Segundo o programa, agora, cabe ao Ministério Público decidir se denuncia ou não o cantor à Justiça.
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Por que a ordem de prisão do cantor foi revogada?
A ordem de prisão de Gusttavo Lima foi determinada pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. No dia 24 de setembro, a prisão do ‘embaixador’ foi revogada pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Pernambuco, Eduardo Guilliod Maranhão, que é relator do caso. Na decisão, o magistrado afirmou que as justificativas dadas para a ordem de prisão constituem “meras ilações impróprias e considerações genéricas”.
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O que é a Operação Integration?
A Operação Integration investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro relacionado ao jogo do bicho e a jogos de azar online, gerido por casas de apostas virtuais conhecidas como “bets”. A operação foi deflagrada em 4 de setembro, resultando na prisão de várias pessoas, incluindo Deolane Bezerra e a mãe dela, Solange Bezerra.
No dia 15 de setembro, conforme uma reportagem do Fantástico veiculada no domingo (29), Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Posteriormente, em 23 de setembro, a Justiça de Pernambuco decretou a prisão preventiva de Gusttavo Lima. No entanto, em 24 de setembro, essa ordem de prisão foi revogada.
De acordo com o inquérito, o esquema funcionava assim:
O dinheiro do jogo do bicho, de jogos de azar e de bets legalizadas iam todos para um mesmo caixa
Lá, os valores lícitos eram misturados aos do crime
Para dar aparência legal e voltar ao mercado limpo, o dinheiro contaminado, segundo a polícia, foi usado na negociação das aeronaves.
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