Estação Ecológica Jataí, em Luís Antônio (SP), há quatro dias é consumida pelas chamas. Calor e tempo seco dificultam os trabalhos, afirma Natália Resende. Equipes enfrentam quarto dia de combate na reserva de Jataí, em Luiz Antônio
Três frentes de trabalho diferentes atuam nesta terça-feira (1º) no quarto dia de combate a um incêndio na Estação Ecológica Jataí, maior reserva de cerrado do estado de São Paulo localizada em Luís Antônio (SP). A ação, segundo a secretária estadual do Meio Ambiente, Natália Resende, ocorre em meio a uma situação crítica, agravada pelo calor e pelo tempo seco na região de Ribeirão Preto (SP), que facilitam a propagação do fogo.
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Até a publicação desta reportagem, a extensão da área atingida não havia sido divulgada, nem a causa do incêndio.
“A gente está em um momento extremo. Então, aqui, principalmente na região em que não chegaram tantas chuvas quanto as que a gente viu lá na Região Metropolitana de São Paulo e Vale do Ribeira, por exemplo, que a gente está com a umidade baixa, alta temperatura, os ventos estão muito fortes, isso prejudica inclusive a questão das aeronaves que a gente tem aqui”, disse Natália, em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo,
A Estação Ecológica Jataí tem 11 mil hectares e, além da grande concentração de cerrado, abriga um fragmento de Mata Atlântica. O local também é um ponto de recarga do Aquífero Guarani e, segundo informações do governo paulista, abriga plantas e animais ameaçados de extinção, de mamíferos como tamanduá-bandeira e lobo-guará, a aves como mexeriqueira, maracanã-nobre e beija-flor-safira, além de peixes como guarú-listrado-do-cerrado e bagrinho-de-emas. Devido ao novo incêndio, o parque não está entre as unidades de conservação estaduais reabertos na segunda-feira (30) pelo estado.
O último incêndio de grande proporção registrado na reserva tinha sido 2021, quando 3,8 mil hectares da área tinham sido queimados. Um homem foi multado em R$ 120 milhões depois que uma investigação apontou que o fogo que havia ateado em um lixo, na zona rural de São Carlos, havia se alastrado até a reserva, graças ao tempo seco e aos fortes ventos.
Incêndio atinge uma área da Estação Ecológica Jataí, maior reserva de cerrado do estado, em Luiz Antônio (SP)
Gabinete de Crise do Governo de SP
Quarto dia de incêndio
O atual incêndio teve início na Estação Ecológica Jataí na última sexta-feira (27) e, desde então, mobiliza uma força-tarefa.
Ao todo, 150 pessoas, com representantes da Defesa Civil, Fundação Florestal e Corpo de Bombeiros atuam em conjunto, com 56 veículos por terra, sete aeronaves, além da utilização de caminhões-pipa e abertura de aceiros.
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“Nós temos dois helicópteros águia da policia militar e mais cinco aviões que são aviões fretados pra combate especificamente de incêndio, são aeronaves rurais. Elas estão atuando não necessariamente apagando o fogo, mas ao redor do fogo pra conter esse incêndio”, explicou a diretora da Defesa Civil do estado, Claudia Bemi.
Avião sobrevoa região tomada pela fumaça de incêndio na Estação Ecológica Jataí, em Luís Antônio (SP)
Reprodução/EPTV
O período das 6h às 11h30 facilita o envolvimento de mais equipes devido às condições climáticas um pouco mais favoráveis à extinção do fogo.
“Pela umidade relativa do ar ser maior durante a noite, nesse período nós temos um período mais ameno. Após isso, das 11h às 15h é nosso período extremo de calor, de baixíssima umidade relativa do ar, alguns locais não têm acesso para os brigadistas, então nesse período, quase todo o combate está sendo das aeronaves.”
Segundo a secretária do Meio Ambiente, ainda não se sabe o que motivou o incêndio. O foco, neste momento, é extinguir o incêndio.
“Em paralelo, a gente está fazendo todas as investigações pra ver e aí, claro, a gente atua sempre de forma muito firme. A gente tem eventos extremos e tem atuado se, por exemplo, tiver algum indício de crime a gente tem atuado de uma forma muito firme, não só aqui mas no estado como um todo”, disse.
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