3 de outubro de 2024

Maranhenses são resgatados em condições análogas à escravidão em navio ancorado na Bahia

Segundo as investigações, 16 pessoas foram ‘contratadas’ para serviços de lavagem e pintura dos porões da embarcação navio cargueiro de bandeira das Ilhas Marshall. Trabalhadores são resgatados em condições análogas às de escravizados em navio de empresa norueguesa ancorado na Bahia
Divulgação/SRT-BA
Três maranhenses foram encontrados em condições análogas às de escravizados em um navio de uma empresa norueguesa ancorado na Baía de Todos-os-Santos, em Salvador.
Clique e se inscreva no canal do g1 Maranhão no WhatsApp
Ao todo, 16 pessoas foram resgatadas por auditores-fiscais do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia, com apoio da Marinha do Brasil, entre segunda-feira (23) e sexta (27).
Três maranhenses são resgatados de navio norueguês ancorado na Bahia
Entre os empregados resgatados, nove nasceram em Salvador, três do Maranhão e quatro do Espírito Santo. Eles foram contratados por uma empresa de Vitória para executar serviços de lavagem e pintura dos porões de um navio cargueiro de bandeira das Ilhas Marshall, de propriedade de uma empresa da Noruega.
Investigações
Segundo as investigações, os resgatados permaneceram por cinco dias alojados em condições precárias no navio, sem local adequado para alimentação, descanso e higiene pessoal.
Trabalhadores são resgatados em condições análogas às de escravizados em navio na Bahia
Apesar do serviço executado requerer grande esforço físico, os trabalhadores não possuíam condições dignas de descanso, dormindo em redes e colchões dispostos no convés, expostos a intempéries e sem o conforto adequado para a recuperação física do trabalho extenuante.
Ainda segundo o MPT, também não havia local apropriado para banho, que era realizado com uma mangueira a céu aberto na área externa da embarcação, sem qualquer privacidade.
Maranhenses são resgatados em condições análogas às de escravos em navio de empresa norueguesa ancorado na Bahia
Divulgação/MPT
Aos trabalhadores também não foi garantido um local adequado para alimentação e as refeições eram consumidas no convés do navio, com os trabalhadores sentados no chão, juntamente com os materiais utilizados para a realização dos serviços contratados.
A jornada diária de trabalho no navio chegava a 14 horas, iniciando por volta das 6h e finalizando às 21h, com a concessão de uma hora para o almoço.
Trabalhadores são resgatados em condições análogas às de escravizados em navio de empresa norueguesa ancorado na Bahia
Divulgação/SRT-BA
A inspeção fazia parte, inicialmente, de uma campanha de inspeções concentradas em navios de bandeira estrangeira, realizada em conjunto por auditores-fiscais do trabalho e inspetores navais da Marinha do Brasil, para verificar as condições de segurança da navegação das embarcações e as condições de trabalho, remuneração e jornada dos tripulantes estrangeiros a bordo, no tipo de fiscalização conhecida no meio marítimo como port state control.
Os trabalhadores foram retirados do navio, e foi providenciada hospedagem em terra pelo empregador, enquanto aguardavam o pagamento das verbas salariais e rescisórias devidas. Parte dos pagamentos foi realizada na terça-feira (24), e os últimos empregados retornaram para os seus estados de origem na quarta (25).
Os requerimentos de seguro-desemprego foram cadastrados na quinta (26) e sexta (27).
Trabalhadores são resgatados em condições análogas às de escravizados em navio de empresa norueguesa ancorado na Bahia
Divulgação/SRT-BA

Mais Notícias