2 de outubro de 2024

Justiça ouve testemunhas de acusação no caso Thiago Flausino, adolescente morto na Cidade de Deus

Adolescente de 13 anos foi atingido na garupa de uma moto na principal rua da comunidade. Ele não tinha ficha criminal. Quatro policiais são réus pelo crime. Thiago Menezes Flausino
Reprodução
A Justiça ouve nesta quarta-feira (2) testemunhas de acusação no caso que investiga a morte do adolescente Thiago Menezes Flausino, morto a tiros durante uma operação policial na madrugada do dia 7 de agosto do ano passado.
O jovem de 13 anos estava de moto na rua principal da comunidade Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, quando foi atingido por diversos disparos.
A audiência será no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, às 15h15, no Centro do Rio. Um ato da família pedindo justiça está previsto para as 13h na porta do tribunal.
Quatro policiais militares são julgados por homicídio: Roni Cordeiro de Lima, Diego Pereira Leal, Aslan Wagner Ribeiro de Faria e Silvio Gomes dos Santos. Eles estão presos preventivamente.
Na Justiça Militar, eles foram denunciados por fraude processual, por omitir a verdade em suas declarações iniciais na delegacia.
Na época, os PMs chegaram a afirmar que o adolescente é que havia atirado contra eles. A família do jovem afirma que os agentes forjaram a cena do crime. Thiago não tinha ficha criminal.
PMs voltam a ser presos e são denunciados por morte de jovem na Cidade de Deus
Segundo os familiares, PMs fardados em um carro prata descaracterizado perseguiram Thiago e atiraram nele.
A 1ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital afirma que, no curso das investigações da Corregedoria da Polícia Militar, os PMs plantaram uma pistola Glock e munição no local do crime, ao lado de Thiago, logo após matá-lo, para simular um confronto armado e incriminá-lo.
O jovem estava acompanhado de um homem, que foi atingido na mão pelos disparos feitos pelos policiais militares. A denúncia também destaca que as condutas dos PMs foram praticadas no contexto de uma operação policial ilegal.
Os promotores sustentam que o crime foi cometido por motivo torpe, “certo que os denunciados agiram visando à prática de uma operação ilegal conhecida vulgarmente como ‘Tróia'”.
Dizem ainda que os denunciados estavam em um veículo particular, “com insulfilm, e, ao abordarem as vítimas, inopinadamente, efetuaram os disparos de arma de fogo”. E, por fim, que os crimes foram praticados com fuzil.

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