2 de outubro de 2024

Libanês que vive no Brasil acompanha pelas redes sociais relatos de familiares no país: ‘estão extremamente preocupados’

Empresário Faissal Atwi, que mora em Barretos, acompanha via WhatsApp relatos de parentes em Habbariyeh, próximo às fronteiras com Israel e Síria: “Quem tem condições está indo para outros países, e quem não tem, está ficando nas ruas em Beirute”. Empresário Faissal Atwi acompanha, de Barretos (SP), a escalada da tensão após invasão de Israel ao Líbano
Reprodução/EPTV
Rotas rodoviárias obstruídas, medo constante, e fuga para outros países têm feito parte da rotina dos moradores do Líbano em meio à escalada das tensões com Israel e Irã, relatou nesta terça-feira (1º) o empresário libanês Faissal Atwi, que vive em Barretos (SP).
Do interior de São Paulo, Atwi acompanha por meio de mensagens trocadas pela internet, a situação de parentes em Habbariyeh, um território mais ao sul do país, próximo às fronteiras com Israel e Síria.
“Está muito tenso. Eu acompanho eles pelo WhatsApp nos grupos da cidade, de jovens, dos parentes, tudo, e eles estão extremamente preocupados, um tentando ajudar o outro”, diz.
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Nesta terça-feira, o Irã lançou pelo menos 200 mísseis contra Israel em resposta aos assassinatos dos chefes do Hamas e do Hezbollah, que morreram em bombardeios israelenses.
Foi o primeiro ataque direto após a escalada de tensão entre Israel e o Hezbollah — o grupo extremista, embora atue no Líbano, é financiado pelo regime iraniano.
Ataque aéreo israelense a uma vila no sul do Líbano, visto do norte de Israel, em 1º de outubro de 2024.
Reuters/Jim Urquhart
Medo constante
Pelo celular, no interior de São Paulo, Atwi tem acompanhado as atualizações de tio e primos que ainda vivem em uma pequena comunidade, onde todos se conhecem no sul do Líbano.
Segundo ele, desde que Israel anunciou a invasão, muitos libaneses têm se deslocado em busca de refúgio, cada um dentro de suas condições.
“As famílias fugiram pra capital e agora estão indo para o Chipre, tem uns, não é todo mundo, claro, mas quem tem condições está indo para outros países, e quem não tem condições está ficando nas ruas lá em Beirute, na capital”, disse.
Domo de Ferro intercepta míssil disparado pelo Irã próximo à mésquita de Al-Aqsa, em Jereusalém, nesta terça-feira (1º).
Jamal Awad/Reuters
Atwi conta que o conflito com Israel se soma a outros que, além da destruição, também causaram perdas em sua família, como a morte de seu irmão.
“Eu sou de uma família infelizmente que teve muitas tragédias, eu perdi meu irmão na guerra com Israel, a minha mãe foi presa política por Israel”, relembrou.
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Apesar das perdas, Faissal Atwi espera por uma solução pacífica, mas defende que ela envolva esforços de todos os lados do conflito.
“Triste a gente fica, mas a gente acredita muito em paz. Mas pra acontecer essa paz, tem que ser de todas as partes fazendo a parte deles, cada um, comunidade, seita, religião, país, cada um fazendo parte daquilo.”
Mapa mostra onde fica o Líbano
Arte/g1
Assista à reportagem do EPTV2 na íntegra:
Comunidade de muçulmanos de Barretos, SP, ora pela paz entre Irã e Israel
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