2 de outubro de 2024

Monte Everest está crescendo por causa da erosão de dois rios; entenda

Sistema fluvial próximo à montanha mais alta da Terra está influenciando o crescimento do gigante Sagarmatha, como também é chamado em nepalês o monte de 8.849m entre o Nepal e o Tibete. O Monte Everest, o pico mais alto do mundo, e outros picos da cordilheira do Himalaia são vistos através de uma janela de uma aeronave durante um voo de montanha em Katmandu, no Nepal, em janeiro de 2020
Monika Deupala/Reuters/Arquivo
A montanha mais alta da Terra, o Monte Everest, está em um ritmo de crescimento não esperado, anunciaram cientistas nesta semana.
O achado faz parte de um estudo recém publicado na revista “Nature Geoscience”, que revelou que as razões por trás desse fenômeno podem estar relacionadas à erosão de um sistema fluvial nas proximidades do gigante Sagarmatha, como também é chamado em nepalês o monte de 8.849m entre o Nepal e o Tibete.
Segundo a pesquisa, a fusão dos rios Arun e Kosi, importantes cursos d’água que se encontram na região do Himalaia, na Ásia, tem criado um grande desfiladeiro na região.
E essa fusão, ocorrida há aproximadamente 89 mil anos, ainda provoca uma erosão significativa, resultando na remoção de grandes quantidades de terra e sedimentos do relevo local e na elevação contínua do Everest e de montanhas vizinhas.
Pelas estimativas da análise, esse processo todo faz com que a montanha aumente de altura em até 2 milímetros por ano, resultando em um crescimento total que variou entre 15 e 50 metros ao longo dos últimos 89 milênios.
Estudos anteriores sobre o crescimento do Everest não especificavam uma taxa de aumento relacionada à erosão fluvial. Em vez disso, se aprofundavam mais sobre os movimentos tectônicos resultantes da colisão entre a placa tectônica indiana e a placa euroasiática.
Como a pesquisa foi feita
Para chegar a esse número de crescimento, os cientistas desenvolveram modelos computacionais para examinar como as redes fluviais na região evoluíram.
De forma técnica, esse processo é chamado de “rebote isostático” e funciona como um ajuste da crosta terrestre.
Ele acontece quando essa camada mais superficial do nosso planeta perde peso devido à erosão, um processo natural de desgaste do solo, que vem sendo acelerado por causa do homem.
Em termos mais simples, quando uma grande quantidade de material é removida da superfície, a terra abaixo sobe.
E nesse caso do Himalaia, à medida que o sistema fluvial se aprofunda, a remoção de material provoca um aumento na altura do Everest.
No estudo, os pesquisadores chamam atenção para o fato de que entender sobre esse processo amplia inclusive nosso entendimento não apenas sobre o Everest, mas também sobre como as mudanças geológicas em grande escala podem impactar até mesmo as características mais notáveis do nosso planeta.
Isso porque esse processo de crescimento também afeta montanhas vizinhas ao gigante, como Lhotse e Makalu, que estão se elevando numa proporção semelhante.
Com bilhões de toneladas de terra e sedimentos sendo levadas ao longo do tempo, a dinâmica geológica da área influencia diretamente as alturas dessas montanhas.
O rebote isostático, portanto, não é exclusivo do Everest; ele também desempenha um papel crucial na elevação de outras montanhas da região.
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