4 de outubro de 2024

Fisioterapia 4.0: o futuro com robótica e realidade virtual

Robótica e inteligência artificial estão transformando a fisioterapia, criando novas oportunidades e exigindo novas habilidades dos profissionais. Imagine um fisioterapeuta no passado: suas sessões eram baseadas exclusivamente em terapias manuais, sem o apoio de tecnologias ou equipamentos para potencializar os resultados, o diagnóstico era feito de maneira observacional, com base na experiência e percepção clínica do profissional. Esse processo, subjetivo, tornava o início do tratamento mais lento e menos eficaz, além de prolongar a recuperação. Agora, avance para o presente, onde os robôs e inteligência artificial fazem parte das sessões de fisioterapia.
“A inovação tecnológica chegou à fisioterapia, e o futuro promete ser ainda mais surpreendente”, afirma a coordenadora do curso de Fisioterapia do UniOpet, Mariana Ribeiro de Paula.
Nos últimos anos, a fisioterapia foi impactada por avanços importantes em áreas como robótica, inteligência artificial (IA) e realidade virtual (RV). Essas inovações permitiram tratamentos mais eficazes, personalizados e rápidos. Além de melhorar a qualidade do tratamento, essas tecnologias também estão abrindo novas oportunidades para os profissionais da área, que agora precisam dominar ferramentas tecnológicas e se adaptar a um ambiente de trabalho cada vez mais digital.
Um estudo da Consultoria MarketsandMarkets projeta que o mercado de fisioterapia robótica deverá crescer a uma taxa anual de 13,2% até 2026, com um valor estimado em US$ 3,2 bilhões. “Quem souber integrar tecnologia com conhecimento fisioterapêutico estará muito à frente no mercado”, reforça a coordenadora.
Robótica e IA na recuperação de pacientes
A robótica tem desempenhado um papel relevante na recuperação de pacientes com dificuldades motoras graves, como vítimas de AVC ou lesões medulares. Exoesqueletos robóticos, por exemplo, permitem que pacientes com mobilidade reduzida realizem movimentos que antes eram impossíveis.
Além disso, a inteligência artificial está sendo usada para personalizar os tratamentos de fisioterapia. Sensores conectados a softwares de IA coletam dados dos pacientes durante as sessões, ajustando os exercícios de acordo com o progresso individual.
Segundo um relatório do National Institutes of Health (NIH), a fisioterapia robótica pode reduzir em até 25% o tempo de reabilitação para pacientes com lesões graves, tornando o processo mais eficiente e eficaz.
“O impacto da robótica também se estende a tratamentos mais acessíveis, com o desenvolvimento de dispositivos de reabilitação doméstica controlados por IA. Isso permite que pacientes realizem sessões supervisionadas remotamente, um avanço em acessibilidade para tratamentos de longo prazo”, explica.
O papel da realidade virtual na fisioterapia
A realidade virtual (RV) é outra tecnologia que está revolucionando o campo da fisioterapia, especialmente em tratamentos neurológicos e ortopédicos. Com a RV, os pacientes podem realizar exercícios em ambientes virtuais controlados, simulando situações da vida real que ajudam na reabilitação física e psicológica.
De acordo com um estudo da Journal of NeuroEngineering and Rehabilitation, o uso de RV em fisioterapia pode melhorar em até 30% a coordenação motora e a recuperação em pacientes com danos neurológicos.
“Além de proporcionar uma experiência imersiva, a realidade virtual permite que os pacientes façam exercícios que, no ambiente físico, seriam limitados”, destaca a coordenadora. Esse novo cenário tecnológico melhora os resultados dos tratamentos e amplia o campo de atuação dos fisioterapeutas.
“Os avanços também incluem sistemas com feedback em tempo real para correção de postura e movimentos, permitindo que os fisioterapeutas monitorem o progresso remotamente e ajustem os tratamentos de acordo com o desempenho de cada paciente, o que garante maior precisão nos resultados”, conclui.

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