5 de outubro de 2024

MPAM investiga reunião de secretários em Parintins por suposto planejamento de ações ilegais em favor de candidata

Órgão abriu um procedimento para investigar improbidade administrativa e questões de segurança pública, com base em um vídeo que mostra um agente público e pelo menos três secretários de Estado. Reunião de autoridades em Parintins é alvo de inquérito do MPAM
Divulgação
O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) abriu um Inquérito Civil após a divulgação de um vídeo que mostra uma reunião entre secretários estaduais e policiais militares, supostamente planejando ações ilegais para beneficiar a candidata a prefeita de Parintins, Brena Dianná (União Brasil). O inquérito se fundamenta nas imagens e declarações contidas no material.
📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp
O MPAM, em despacho divulgado no Diário Oficial na terça-feira (1º), abriu um procedimento para investigar improbidade administrativa e questões relacionadas à segurança pública, com base em um vídeo que revela a participação de um agente público e pelo menos três secretários de Estado.
Conforme o MPAM, os envolvidos supostamente manipulam um esquema para comprometer a legitimidade das eleições municipais, utilizando ordens ao aparato de segurança pública.
O MP também identificou diálogos que indicam um alinhamento com o coronel PM Francisco Magno Judiss, visando o uso da força policial para coagir eleitores.
O caso foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República e ao procurador regional eleitoral, devido ao foro privilegiado dos secretários. Além disso, a portaria foi enviada a Wilson Lima para que tome conhecimento e adote as medidas necessárias.
Vídeo revela plano para influenciar eleição em Parintins
Suspensão da entrega de cestas básicas e afastamento do comandante da PM
Na segunda-feira (30), a juíza Juliana Mousinho, da 4ª Zona Eleitoral mandou o governo suspender a entrega dos donativos e afastou a cúpula da polícia na cidade por suspeita de abuso de poder político nas eleições municipais deste ano.
A decisão foi tomada em resposta a uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral apresentada pelo candidato Mateus Assayag (PSD), da coligação “Parintins em Primeiro Lugar”, contra o governador Wilson Lima e a candidata do União Brasil, Brena Dianná.
Segundo a juíza, a defesa de Assayag apresentou vídeos que mostram trechos de uma reunião entre o secretário de Cultura do estado, Marcos Apolo Muniz; o secretário da Casa Civil, Flávio Anthony; o secretário de Administração, Fabrício Barbosa; o major da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), Jacson Ribeiro; o presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Armando do Vale; e o comandante do 11º Batalhão da Polícia Militar em Parintins, tenente-coronel Francisco Magno Judss. No encontro, eles discutiam ações para beneficiar a candidata Brena Dianná.
Para ela, há indícios de grave abuso de poder político, “uma vez que os requeridos, agindo em conjunto, parecem arquitetar um plano para uso de forças policiais e de outros órgãos estatais para interferir no resultado das eleições municipais de Parintins.
Recomendação por exoneração de PMs
Além do inquérito civil, o MPAM enviou uma recomendação ao comando da Polícia Militar devido à presença dos policiais Guilherme Navarro Barbosa Martins, capitão da Companhia de Operações Especiais (COE), e Jackson Ribeiro dos Santos, tenente-coronel da Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), no vídeo investigado.
O promotor Armando Gurgel Maia, da 60ª Proceapsp, recomenda que ambos sejam imediatamente exonerados de seus cargos, removidos de unidades especiais e designados para funções administrativas. Também solicita a retirada do armamento e a suspensão do exercício de suas funções enquanto suas condutas são investigadas pela Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD) da PMAM.
“Em razão de esse caso ultrapassar as fronteiras de Parintins, afetando até mesmo o Estado, a Proceapsp, situada em Manaus, decidiu abrir esse procedimento e adotar uma série de expedientes de comunicação para formalizar e acionar a atuação de outros órgãos em face de pessoas com foro privilegiado, além do tratamento em diversas searas — eleitoral e não eleitoral, criminal etc”, salientou o promotor de Justiça Armando Gurgel Maia, titular da 60ª Proceapsp.

Mais Notícias