4 de outubro de 2024

Após denúncias de água com ‘cheiro de esgoto’, polícia investiga possível contaminação em rede de abastecimento

Governo do estado criou grupo de trabalho para averiguar denúncias. BRK afirma que água está própria para consumo. Água foi motivo de reclamação da população de Palmas
TV Anhangeura/Reprodução
A Polícia Civil instaurou inquérito para averiguar se houve contaminação na rede de abastecimento de água de Palmas, após diversas reclamações da população relatando odor forte cor turva. Um grupo de trabalho, criado pelo governo do estado, visita o ponto de captação da água nesta quinta-feira (3).
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Conforme a Secretaria da Segurança Pública (SSP), os responsáveis pela concessionária serão intimados para prestarem informações quanto às denúncias e esclarecimentos técnicos quanto ao mau cheiro verificado por moradores.
A concessionária tem o prazo de três dias para encaminhar um relatório circunstanciado das medidas adotadas para apurar possíveis irregularidades. A BRK também deverá apresentar os laudos técnicos de análise da qualidade da água, referentes aos últimos 15 dias, para que seja aferida o grau de conformidade com os parâmetros exigidos pelas normas vigentes.
Em entrevista à TV Anhanguera, o gerente de operações Pedro Gobbo explicou que uma das causas do problema foi diminuição no nível do Ribeirão Taquaruçu, que abastece a capital, por causa do tempo seco. Segundo o gerente, após procedimentos e mudança no tratamento químico, a água já está própria para ser consumida.
A água que sai da estação de tratamento foi normalizada na quarta-feira (2), garantiu o gerente de operações da BRK. “O que as pessoas podem estar percebendo ainda hoje é aquela água que estava na caixa d’água, aquela água que estava ainda no finalzinho da rede. Mas reforço que não é uma água que traz risco à saúde porque todos os parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos da água estão sendo atendidos e sempre estiveram sendo atendidos, inclusive neste período”, afirmou Pedro, destacando que mesmo com uma cor ou odor diferente, não vai causar problemas à saúde.
Outra medida, feita pelo governador Wanderlei Barbosa (PP), foi a criação de um grupo de trabalho formado por diversas secretarias do governo para cobrar providências imediatas da concessionária de saneamento básico BRK em relação à qualidade da água.
Nesta quinta-feira (3) representantes da Agência Tocantinense de Regulação, Naturatins, Secretaria do Meio Ambiente, Procon e Diretoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde visitam a área onde a água está sendo captada para verificar se as soluções alegadas pela empresa já foram tomadas e se surtiram o efeito esperado.
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Está previsto para as próximas horas o resultado do laudo municipal sobre a qualidade da água, captada na terça-feira (1°). O laudo deverá apontar se a água causou algum prejuízo para a saúde da população.
O grupo de trabalho fez o requerimento de informações à Secretaria Municipal de Saúde quanto a possíveis internações de moradores após ingestão da água. Além disso, foi solicitada ao Instituto de Criminalística, uma perícia oficial para avaliar a qualidade e verificar presença de possíveis substâncias contaminantes na água.
Fiscalização
Magno Silva, superintendente interino do Procon Tocantins, informou à TV Anhanguera, que além de tomar providências com relação ao fornecimento de água, também está averiguando se houve aumento abusivo no preço da água mineral, que teve grande procura na terça-feira (1º).
“Notificamos a concessionária, estamos aguardando a resposta dela e pedimos também que ela tomasse as providências necessárias para que esses problemas fossem corrigidos”, afirmou o superintendente.
Em uma distribuidora da região sul, filas se formaram para conseguir o produto. A empresa explicou ao g1 que vendeu, em um dia, pelo menos 500 galões. Os fiscais do órgãos visitaram comércios na manhã desta quarta-feira para ver como está a oferta de água em garrafa ou galão.
Palmenses fazem filas para comprar água mineral em comércios da cidade
“Fiscalizamos mais de 12 empresas e somente em uma empresa faltava água. Então o comércio está sortido, tem água em estoque então há há porquê dessa correria do consumidores aos supermercados. A gente sabe que isso acaba desencadeando outras situações, porque pode acontecer de alguns comerciantes tentar aumentar o preço desse produto. É importante ressaltar que em todas as empresas que fiscalizamos hoje não encontramos irregularidades”, afirmou.
O superintendente interino explicou que o Procon não tem uma pesquisa de preços somente de água mineral, mas que na quarta-feira (2) encontrou preços considerados dentro do normal em Palmas.
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