3 de outubro de 2024

PM suspeito de matar comerciante em abordagem fica em silêncio em depoimento; colega diz ter ouvido que tiro foi acidental

Arthur Filgueiras Cintra teve prisão preventiva decretada pela Justiça Militar. Defesa diz que, durante as investigações, buscará demonstrar legalidade da ação policial. O cabo Artur Filgueiras Cintra, suspeito de matar comerciante durante abordagem policial em Orlândia (SP)
Reprodução/EPTV
O policial militar Artur Filgueiras Cintra, de 28 anos, suspeito de matar o comerciante João Victor Rangon, de 27 anos, com um tiro durante uma abordagem em Orlândia (SP), ficou em silêncio durante depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira (2). Por outro lado, um colega de Cintra que também esteve na ocorrência afirmou ter ouvido dele que o disparo foi acidental (veja abaixo).
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Ainda na quarta, a Justiça Militar determinou a prisão preventiva dele, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP). A decisão ocorreu pouco tempo depois de o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) conceder ao PM o benefício de liberdade provisória após audiência de custódia.
Ele chegou a ser solto mediante o cumprimento de medidas cautelares, mas, depois da determinação da Justiça Militar, foi conduzido ao Presídio Militar Romão Gomes, na capital.
A arma de Cintra foi apreendida e exames foram solicitados ao Instituto de Criminalística.
O boletim de ocorrência foi registrado como homicídio decorrente de intervenção policial e resistência na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de São Joaquim da Barra (SP).
Em nota enviada à EPTV, afiliada da TV Globo, a defesa do PM informou que, durante as investigações, buscará demonstrar a legalidade da ação policial.
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Colega diz ter ouvido que tiro foi acidental
Além do PM suspeito de ter efetuado o disparo que matou João Victor, a Polícia Civil ouviu também os outros policiais que participaram da perseguição e abordagem, entre eles o cabo Fernando Roberto Vieira, que estava na mesma viatura de Cintra.
No depoimento, Vieira destacou que abordava o passageiro do veículo, irmão da vítima, quando ouviu o barulho do disparo.
Ainda de acordo com o cabo, depois disso, Cintra veio até ele e relatou que a arma tinha disparado, mas que não sabia o motivo.
Vieira, então, conferiu as armas dos policiais e identificou que na de Cintra, tinha uma cápsula deflagrada dentro da câmara, sem ter sido ejetada.
Abordagem policial terminou com homem morto baleado em Orlândia, SP
Câmera de segurança
Perseguição, abordagem e morte
O comerciante João Victor Rangon morreu na madrugada desta quarta-feira após ser atingido por um disparo enquanto era abordado por policiais militares.
Segundo boletim de ocorrência, João Victor conduzia um carro modelo Ford Focus e desrespeitou a ordem de parada, o que deu início à perseguição. O caso aconteceu por volta da 1h desta quarta-feira.
Durante a fuga, ainda segundo o boletim de ocorrência, João Victor e o irmão passaram por Sales Oliveira (SP), Morro Agudo (SP) e São Joaquim da Barra (SP) antes de retornarem para Orlândia.
Já na Avenida Quatro, na região central de Orlândia, os policiais conseguiram cercar o veículo, que parou.
Imagens de câmeras de segurança registraram a abordagem policial e agressões contra o irmão de João Victor, Gabriel Henrique de Moura Rangon, de 24 anos.
Ainda segundo o boletim de ocorrência, a arma de um dos policiais disparou e atingiu a cabeça de João Victor. Ele foi socorrido, mas chegou morto ao hospital. O irmão sofreu escoriações no braço e no punho. Nada de ilícito foi encontrado com os homens e nem dentro do carro.
João Victor Moura Rangon foi morto com um tiro na cabeça durante abordagem policial em Orlândia, SP
Arquivo pessoal
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