4 de outubro de 2024

Produtores rurais da várzea enfrentam dificuldades de escoamento devido à estiagem em Santarém

Com a logística de transporte comprometida, muitos produtores enfrentam o dilema de desistir do cultivo, especialmente da melancia, que está no período de safra. Melancia é um dos produtos que esta em período de safra
Gleilson Nascimento/g1
A forte estiagem que atinge Santarém, oeste do Pará, tem causado grandes dificuldades para os produtores rurais de áreas de várzea, especialmente aqueles que cultivam melancia, melão e mamão. A seca severa na região compromete o escoamento dos produtos, que tradicionalmente dependem do transporte fluvial para chegar às feiras e mercados da cidade.
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Segundo Genivaldo Pinto da Silva, um dos produtores da região, a seca tornou o transporte dos produtos extremamente desafiador.
Genivaldo Pinto da Silva, produtor rural de várzea
Gleilson Nascimento/g1
“Estamos passando por um período de estiagem muito severo. Para tirar a produção do roçado e levar até às margens do rio Tapajós, onde o barco consegue ancorar, são mais de 2 km. Mesmo assim, o rio está longe da orla, e o desembarque é outra dificuldade, pois temos que carregar até o carro para chegar na feira,” contou Genivaldo Pinto.
Com a logística de transporte comprometida, muitos produtores enfrentam o dilema de desistir do cultivo, especialmente da melancia, que está em período de safra.
“Tem muito produtor pensando em abandonar a plantação porque não há como escoar os produtos. Apesar disso, ainda não aumentamos os preços e esperamos continuar assim, mas a situação é complicada,” relata.
Thaís, secretária da Aprusan
Gleilson Nascimento/g1
A secretária da Associação dos Produtores Rurais de Santarém (Aprusan), Thaís Maia, reforça a essa dificuldade. “A seca está muito grande, e muitos agricultores estão perdendo suas produções na roça porque não conseguem transportar os produtos até os mercados. Alguns usam tratores para levar os produtos por quase 2 km até onde os barcos conseguem chegar,” explica.
Segundo Thaís, a imprevisibilidade das estiagens dificulta o planejamento dos agricultores. “A cada ano a seca é diferente, e muitos produtores não têm como prever a gravidade do período de estiagem. Isso leva muitos a abandonarem as plantações, o que impacta diretamente na oferta de alimentos nas feiras e no sustento das famílias que dependem desse trabalho,” conclui.
A situação revela a vulnerabilidade dos produtores rurais da região às variações climáticas, especialmente em áreas de várzea, onde o transporte depende quase exclusivamente dos rios. Além da melancia, outros cultivos também sofrem com as dificuldades, impactando economia rural e também a oferta de alimentos frescos para a população santarena.
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