6 de outubro de 2024

Carros que não atendem recall em até um 1 ano não podem renovar licenciamento, diz Senatran; entenda

Recall é procedimento em que fabricante anuncia defeito em produto e convoca para reparos. Mulher morreu no DF após peça se soltar de airbag em acidente, diz laudo preliminar da Polícia Civil. Carros em trânsito em Brasília
Renato Araujo/Agência Brasília
De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito (CTB), donos de carros que não atendem recalls de montadoras em até um ano após o chamamento não podem renovar o licenciamento do veículo. Conduzir veículo não licenciado é considerado infração gravíssima e resulta em sete pontos na carteira, recolhimento do veículo e multa de R$ 293,47.
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Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), as montadoras são responsáveis promover as campanhas de chamamento. Caso o proprietário deixe de atender a recall, a Senatran lança uma restrição no Renavam do veículo e o motorista fica impedido de realizar o licenciamento anual. Em nota, o Detran-DF diz seguir a regra.
Nesta semana, uma mulher morreu em um acidente de carro no Distrito Federal e, segundo laudo preliminar da polícia, a morte foi causada por uma peça que se soltou do airbag e perfurou a cervical da vítima (relembre mais abaixo).
O airbag usado no Etios XS 1.5, modelo 2015/2016 foi fabricado pela empresa japonesa Takata, que faliu após vários problemas com o equipamento. Em nota, a Toyota, fabricante do carro, lamentou o ocorrido e disse que o modelo “se encontra com campanha de recall pendente desde 2019”.
⚠️ Recall é o procedimento em que um fornecedor vem a público informar que seu produto ou serviço pode oferecer riscos aos consumidores. Assim, convoca os donos de veículos que apresentam defeitos para reparos ou substituições.
Mais de 3 milhões de recalls pendentes em setembro
Milhões de carros no país estão com o recall pendente
O engenheiro mecânico Wagnei Lemes Martins explica que, na maioria dos casos, problemas apontados por recalls não demoram a ser resolvidos. No entanto, muitos donos de carros deixam de atender aos chamados, colocando a própria vida e a vida de outras pessoas em risco.
“Toda campanha de recall nasce pela identificação de algum problema com o veículo cuja falha pode colocar vidas em risco. Então, pela própria definição, o chamado de recall deve ser feito de forma a evitar mortes por falha do produto, sendo assim, nunca poderia ser ignorado”, ressalta Wagnei.
Conforme a Senatran, só em setembro deste ano, mais de três milhões de recalls não foram atendidos no Brasil. “Os fabricantes são responsáveis por divulgar amplamente o chamado de recall. sendo obrigados pelo poder público a fazer isso de várias formas: rádio, TV, mídias sociais, carta ao proprietário”, diz o engenheiro.
“Nessas divulgações, deve ficar claro que existe o risco de vida para o condutor e demais pessoas que usam as vias públicas. Após essa ampla divulgação, os proprietários são sim, corresponsáveis pela manutenção do veículo de forma a garantir a segurança”, pontua.
Acidente mata motorista
Mulher teria morrido após peça de airbag ser lançada depois de acidente de carro.
Reprodução/TV Globo
A assistente social Marcela Gonçalves Feitosa de Melo, de 37 anos, morreu após bater na traseira de um carro parado em uma faixa de pedestre na terça-feira (1°), no Cruzeiro.
Conforme a Polícia Civil, o laudo preliminar sobre o acidente apontou que a morte de Marcela foi causada por uma peça compatível ao airbag do carro que ela dirigia. O fragmento do airbag teria atingido a cervical da vítima.
“Nós temos que diferenciar a responsabilidade da montadora e da empresa. Estamos analisando se houve as revisões do veículo e se houve a constatação dessa falha”, disse o delegado Victor Dan, da 3ª Delegacia de Polícia.
Em nota, a Toyota, fabricante do carro, lamentou o ocorrido e disse que o modelo “se encontra com campanha de recall pendente desde 2019”. O airbag usado no Etios XS 1.5, modelo 2015/2016 da vítima foi fabricado pela empresa japonesa Takata, que faliu após vários problemas com o equipamento.
Marcela deixou duas filhas, uma de 19 anos e a outra de 15 anos. Ela morava em Taguatinga e trabalhava no Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), no Sudoeste.
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