Em cerimônia aberta ao público, fãs e conterrâneos de Cid Moreira, ícone da comunicação brasileira, puderam dar adeus ao jornalista e prestar suas últimas homenagens. Memórias de infância, voz marcante e palavras de fé: fãs de Cid Moreira prestam homenagens ao apresentador em despedida em Taubaté
Reprodução/TV Vanguarda
Na televisão, no rádio e até mesmo por meio de mensagens religiosas Cid Moreira marcou gerações. O jornalista, apresentador e locutor morreu aos 97 anos, deixando um legado na comunicação brasileira e milhares de fãs e admiradores de luto.
Na noite desta sexta-feira (4), alguns fãs puderam se despedir do ícone em uma cerimônia de velório aberta ao público, em Taubaté, cidade no interior de São Paulo onde Cid nasceu, cresceu e deu os primeiros passos na carreira de sucesso.
✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Vale do Paraíba e região no WhatsApp
A despedida em solo taubateano começou por volta das 19h30. Desde o início da tarde já havia a mobilização de alguns fãs no local e com o cair da noite o movimento aumentou, com admiradores e conterrâneos de Cid enfrentando filas para dar um último adeus de perto e consolar a família do apresentador.
O idoso Cyro de Souza esteve presente na despedida.
Reprodução/TV Vanguarda
O idoso Cyro de Souza esteve presente na despedida. Ele conta que é primo de uma das esposas de Cid e que desde criança conhecia o apresentador. O primeiro contato que teve com Cid foi na rádio e depois em festas de família, devido ao casamento da parente com o jornalista.
“Eu escutava ele na rádio, ele falava muito bonito, explicava as coisas, era muito bacana, eu gostava muito dele. Conheci ele garotão. É muito triste”, lamentou Cyro.
A aposentada Maria Alicia Santos, de 62 anos, conta que conheceu Cid pela televisão
Reprodução/TV Vanguarda
A aposentada Maria Alicia Santos, de 62 anos, conta que conheceu Cid pela televisão, apresentando o Jornal Nacional. Ela ainda era garota quando foi impactada pela voz potente do apresentador e conta que suas memórias de infância se entrelaçam com a carreira de Moreira à frente da bancada do jornal.
“Ele fez parte da minha vida nos momentos em que eu estava na sala assistindo ao Jornal Nacional junto com a minha família, mas principalmente com o meu pai, que era o homem mais dedicado em assistir esse jornal. Era um aprendizado muito grande, meu pai não abria mão de jeito nenhum”, contou.
“A gente, na hora do jornal, tinha que ficar quietinho, obediente, até o término do jornal, até o ‘boa noite’ mesmo. Só então a gente podia começar a fazer a reinação de jovem, de criança. O Cid enchia a nossa casa, era abençoado”, completou.
A cozinheira Silvana da Silva conta que a ligação que tem com Cid Moreira envolve fé
Reprodução/TV Vanguarda
A cozinheira Silvana da Silva conta que a ligação que tem com Cid Moreira envolve fé. Isso porque todos os dias ela recebe no celular uma mensagem religiosa na voz de Cid, as quais escuta em momentos de oração.
“Todos os dias a gente acorda com ele. É maravilhoso, é gratificante, é poderoso, é tudo. Eu creio que ele conseguiu atingir muitas pessoas com a voz dele, com o amor dele, com tudo que ele tem. Esse homem é uma bênção”, declarou emocionada.
A dona de casa Ninfa Reis também tem a memória televisiva de Cid marcada
Reprodução/TV Vanguarda
A dona de casa Ninfa Reis também tem a memória televisiva de Cid marcada, enquanto apresentador do Jornal Nacional e também no Fantástico, com o quadro do ‘Mister M’.
“Quando nós éramos pequenos, não tínhamos tv em casa, íamos na casa da nossa tia para ver e ouvir as notícias na voz dele. Depois, teve o Mister M no Fantástico. A gente ficava sentado esperando a hora do Fantástico para ver o Mister M e o Cid, narrando as mágicas dele. A voz dele trazia um suspense maior, não tem outra pessoa que vai ter a voz dele”, afirmou.
“Depois fiquei sabendo que ele gravou a bíblia em cd’s, eu ainda quero ter, pra ficar ouvindo a voz dele”, disse Ninfa.
Ícone do jornalismo da televisão brasileira, Cid Moreira morreu nesta quinta-feira (3), aos 97 anos, por conta de uma falência múltipla dos órgãos – leia os detalhes aqui.
Corpo de Cid Moreira é velado em cerimônia aberta ao público em Taubaté (SP), cidade natal do jornalista
Luara Castilho/TV Vanguarda
Despedida
O corpo do jornalista, locutor e apresentador Cid Moreira chegou no fim da tarde desta sexta-feira (4) a Taubaté, no interior de São Paulo — cidade onde ele nasceu e começou a carreira.
Cid Moreira está sendo velado na capela 6 do Memorial Sagrada Família, em Taubaté, em uma cerimônia aberta ao público. O velório teve início por volta das 19h30 e deve seguir ao longo de toda a madrugada até às 8h30 deste sábado (5).
Após o velório, o corpo deve ser encaminhado ao Cemitério da Venerável Terceira Ordem, onde Cid deve ser enterrado ao lado da filha, da sua primeira esposa e de um neto.
Imprensa e fãs fazem fila para despedida em velório de Cid Moreira em Taubaté.
Luara Castilho/TV Vanguarda
No local, estão sepultados os corpos de Odimeia Danelli, primeira esposa do jornalista, Jaciara Moreira, filha dele, e Alexandre Moreira, filho de Jaciara e neto de Cid Moreira.
O cemitério onde Cid será enterrado é intimista e não há vagas para novas famílias. Além de parentes de Cid Moreira, no local estão sepultados nomes importantes de Taubaté, como Visconde de Tremembé; Olga Guedes — conhecida como Santinha de Taubaté — e familiares do escritor Monteiro Lobato.
Antes de chegar a Taubaté, o corpo de Cid Moreira foi velado em Itaipava, um distrito de Petrópolis (RJ). Depois, o corpo foi levado para o Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Cid Moreira durante apresentação do Jornal Nacional
Acervo Grupo Globo
Cid Moreira e Taubaté
Mesmo anos após deixar Taubaté, cidade no interior de São Paulo, Cid Moreira nunca esqueceu a cidade e frequentemente mostrava o carinho pela terra natal em postagens nas redes sociais. Aos 97 anos, o jornalista seguia ativo na internet e contava aos seguidores momentos marcantes da infância vivida no Vale do Paraíba.
Cid Moreira nasceu em Taubaté, em 1927. Ele morava em uma casa na rua Barão da Pedra Negra, na região central da cidade. O imóvel foi visitado por ele em 2017.
Ainda em Taubaté, Cid Moreira estudou na escola estadual Doutor Lopes Chaves, que ficava na rua Pedro Costa, no Centro.
Cid Moreira se formou em contabilidade na ‘Escola do Comércio’, antigo colégio técnico que ficava na rua Mariano Moreira, também na região central da cidade. Antes de se tornar um fenômeno nos rádios com a voz imponente, Cid também teve outros trabalhos.
Em 1944, Cid Moreira foi descoberto por um amigo, que admirava suas imitações e o incentivou a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté. A princípio, Cid buscou um trabalho na área de contabilidade da rádio, mas a voz impressionante obrigou o futuro locutor a trocar a calculadora pelo microfone.
Cid Moreira será velado e enterrado em Taubaté
Cid Moreira, aos 17 anos
Reprodução/Instagram
Veja mais notícias do Vale do Paraíba e região bragantina