5 de outubro de 2024

Raio-X da GCM: confira propostas dos principais candidatos à Prefeitura de SP para a corporação

Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que promessas de aumentar o efetivo ou o armamento sem, de fato, direcionar melhorias para a Guarda, não alteram em nada a segurança da cidade. Candidatos à Prefeitura de São Paulo são entrevistados esta semana na GloboNews
Divulgação
Os candidatos à Prefeitura de São Paulo têm parte de suas propostas de segurança pública atreladas à Guarda Civil Metropolitana (GCM). A depender das bandeiras defendidas por cada um, as promessas vão desde ampliação do efetivo até armamento com fuzil.
Para especialistas ouvidos pelo g1, a principal questão é que aumentar o efetivo ou o armamento sem, de fato, direcionar melhorias para a Guarda, não altera em nada a segurança da cidade.
“Esses candidatos têm o mesmo vício de qualquer candidato. As proposições deles ficam dentro de um triângulo que nós chamamos de ‘tríade maldita’, que é sempre a proposta de mais homem, mais arma e mais viatura. Não sai disso”, afirma João Alexandre, pesquisador do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos (CESDH).
“Eu acho que a preocupação maior é o crescimento das forças policiais”, afirma Acácio Augusto, da Unifesp. “Você fala em combate à violência e o que você faz é introduzir mais violência na equação, não tem nem lógica.”
Ramon Soares, vice-presidente da Associação de Guardas Municipais (AGM), diz que as propostas caem num “clichê”. “Parece que é só aumentar o efetivo que está tudo bem. O que a gente precisa é pensar em política de segurança pública. Nós defendemos hoje a segurança pública básica, como a saúde e a educação, porque isso também é responsabilidade do município. Dá para o prefeito fazer uma baita de uma segurança no município sem a necessidade de o prefeito pagar para policiais militares o horário de folga deles”, afirma.
Confira as propostas relacionadas à GCM dos principais candidatos à prefeitura da capital:
Guilherme Boulos (PSOL)
O candidato defende dobrar o efetivo da GCM, que hoje conta com cerca de 7 mil agentes;
Em seu plano de governo, o deputado federal explica que a presença dos agentes levará em consideração a incidência criminal da região;
Boulos pretende colocar uma viatura da GCM em cada escola municipal nas entradas e saídas de alunos e para rondas em horários intermediários;
Por fim, Boulos também pretende ampliar a divisão da Guarda que cuida especificamente de violência contra a mulher, a patrulha Guardiã Maria da Penha.
José Luiz Datena (PSDB)
Se eleito, o apresentador promete focar na violência contra a mulher, criando um setor apenas com agentes mulheres;
Para Datena, a corporação deve ter poder de polícia e, em determinados casos, defendeu um armamento mais pesado;
Tucano também afirmou ser a favor do uso de fuzis por agentes da GCM.
Pablo Marçal (PRTB)
Em seu plano de governo, Marçal afirma que planeja triplicar o efetivo;
Também planeja retirar a Guarda de “funções fora de seu escopo, como o apoio nas fiscalizações”.
Ricardo Nunes (MDB)
No seu plano de governo, o atual prefeito afirmou que vai aumentar a Guarda em 2 mil agentes;
Também se comprometeu a fortalecer a corporação com “modernização de equipamentos e treinamento contínuo”;
O candidato propôs ainda reorganizar a estrutura territorial do Centro para garantir mais guardas na periferia.
Tabata Amaral (PSB)
Tabata pretende criar um canal de comunicação da população com a Guarda. Assim, caso haja alguém verifique um problema nas ruas da cidade, tenha queixa de barulho ou perturbação, poderá informar a GCM, que entrará em contato com a prefeitura;
No quesito segurança, a candidata propõe premiar os agentes que atuem em inspetorias que reduzam os crimes;
Também quer ampliar a patrulha Guardiã Maria da Penha;
Pretende somar as ações da GCM com a PM para evitar o furto de celulares no Centro.
*Sob supervisão de Cíntia Acayaba

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