6 de outubro de 2024

Acusado de matar e enterrar mulher no quintal de casa em Barretos, SP, será julgado em novembro

Crime aconteceu em julho de 2023 e Leonardo Silva, de 19 anos, fez deboche momento da prisão. Laudo médico emitido um ano após caso atestou que réu agiu em plena capacidade de entendimento. Suspeito de assassinar Nilza Costa Pingoud vivia nos fundos da casa da vítima
Montagem/g1
O julgamento de Leonardo Silva, acusado de matar Nilza Costa Pingoud e enterrar o corpo no quintal da casa dela em Barretos (SP), foi marcado para o dia 6 de novembro e deve ocorrer de forma virtual.
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A audiência está marcada para ter início às 13h30, mas a defesa do réu tenta fazer com que o processo seja julgado de maneira presencial, no Fórum de Barretos.
Ao g1, o advogado Luiz Gustavo Vicente Penna disse que a presença de Leonardo é essencial para ‘esclarecer pontos importantes’.
“Ainda há lacunas relevantes na investigação, as quais devem ser esclarecidas durante a audiência, reforçando a necessidade da presença do réu para o pleno exercício de sua defesa pessoal, assegurando o contraditório e a ampla defesa. A participação presencial possibilita uma interação direta e efetiva entre o réu e sua defesa, garantindo que todos os aspectos cruciais sejam adequadamente abordados”.
O crime aconteceu no dia 24 de julho de 2023, mas o corpo de Nilza, à época com 62 anos, só foi encontrado uma semana depois, quando vizinhos desconfiaram do sumiço da mulher e acionaram a polícia.
Leonardo Silva foi preso em Frutal (MG) pela morte de Nilza Pingoud, de 62 anos, em Barretos (SP)
Divulgação/ Polícia Civil
Ao g1, Penna também informou que tenta mudar a caracterização do crime para homicídio, uma vez que, segundo ele, não houve a intenção de matar Nilza para roubar os bens dela.
“A defesa sustenta que o ato cometido pelo senhor Leonardo deve ser caracterizado como homicídio, e não como latrocínio, uma vez que não houve a intenção de matar para subtrair bens. No latrocínio, o dolo principal é a subtração patrimonial, utilizando-se de violência ou grave ameaça, com a morte sendo consequência acessória da execução do crime. Já no homicídio, o objetivo primário do agente é a eliminação da vida de outra pessoa”.
O Código Penal prevê pena de reclusão de seis a 20 anos para homicídio simples, enquanto o crime de latrocínio tem como punição reclusão de 20 a 30 anos, além de multa.
Além disso, o crime de homicídio é julgado pelo Tribunal do Júri, o que não ocorre no caso de latrocínio.
Deboche na prisão e alegação de insanidade mental
Leonardo, de 19 anos, está preso desde o dia 3 de agosto de 2023. O comportamento dele no momento da prisão chamou a atenção pela forma debochada com a qual confessou o crime, dizendo que agiu por vingança e não estava arrependido.
Suspeito de latrocínio em Barretos,SP, é preso em Frutal, MG
Em julho deste ano, um laudo médico legal constatou que ele tinha plena capacidade de entender o que estava fazendo no momento do crime.
O relatório foi elaborado por um perito determinado pela Justiça e contestou a defesa do acusado, que, em outubro do ano passado, apresentou um laudo feito por uma perícia particular que alegava insanidade mental.
Polícia diz que acusado agiu por vingança
Para a polícia, Leonardo agiu por vingança quando matou Nilza.
A investigação apontou que, em maio de 2023, ele foi morar nos fundos da casa da vítima, que tinha se proposto a ajudá-lo depois que ele se apresentou a ela como travesti.
Nilza Maria Aparecida Costa Pingoud, de 62 anos, foi achada morta enterrada no quintal de casa em Barretos, SP
Arquivo pessoal
Nilza contratou Leonardo para fazer serviços domésticos depois que ele pediu demissão do emprego anterior.
Ainda segundo a polícia, o combinado foi desfeito porque ele acabou não correspondendo às expectativas dela.
Leonardo, que é de Planura (MG), chegou a deixar Barretos após ser demitido por Nilza, mas voltou à cidade no dia 22 de julho e passou a sondar a casa da vítima.
Na madrugada do dia 24 de julho, ele pulou o muro do imóvel e ficou escondido em um quarto nos fundos. Quando o dia amanheceu, surpreendeu Nilza no cômodo e a matou por asfixia com um fio.
Antes de enterrar o corpo no quintal, Leonardo ainda permaneceu na casa por alguns dias e lavou o imóvel.
Policial suspeitou de terra remexida no quintal de casa de Nilza Costa Pingoud, em Barretos, SP, e encontrou corpo da vítima
Reprodução
Dinheiro da vítima foi gasto após o crime
A polícia também identificou que Leonardo teve tempo de obter dados bancários da vítima para fazer compras. Uma moto chegou a ser comprada para ser entregue em um apartamento que ele tinha alugado em Barretos com o dinheiro de Nilza.
No entendimento da Polícia Civil, a maior motivação do acusado foi financeira. Ele ainda comprou eletrodomésticos e deu de presente à mãe, que era amiga de Nilza.
Durante a investigação, a polícia descobriu também que Leonardo procurou quatro conhecidos e ofereceu a eles R$ 20 mil no total, dinheiro que também era de Nilza, para ajudá-los a se livrar do corpo.
A oferta, no entanto, foi recusada por todos eles, e Leonardo teria usado uma arma para ameaçar uma dessas pessoas.
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