7 de outubro de 2024

Bola de fogo ilumina céu de Beirute após ataque aéreo de Israel

Segundo testemunhas, capital do Líbano sofreu os bombardeios mais intensos desde a escalada do conflito entre as forças israelenses e o grupo extremista Hezbollah Bola de fogo é vista em Beirute após bombardeio israelense
Ataques aéreos israelenses atingiram os subúrbios ao sul de Beirute durante a noite e na manhã de domingo (6) no bombardeio mais intenso contra a capital libanesa desde a escalada da campanha de Israel contra o Hezbollah, em setembro.
Durante a noite, as explosões provocaram estrondos por Beirute e provocaram flashes vermelhos e brancos durante quase 30 minutos, visíveis a vários quilômetros de distância.
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Foi ataque mais intenso de Israel a Beirute até agora, disseram testemunhas e analistas militares em canais de TV locais.
Bola de fogo é vista em Beirute após bombardeio israelense em 6 de outubro de 2024
Reuters
No domingo de manhã, uma névoa cinzenta pairava sobre a cidade e escombros estavam espalhados pelas ruas dos subúrbios ao sul, enquanto colunas de fumaça subiam sobre a área.
“A noite passada foi a mais violenta de todas as noites anteriores. Os prédios tremiam ao nosso redor e, a princípio, pensei que fosse um terremoto. Houve dezenas de ataques — não conseguimos contá-los todos — e os sons foram ensurdecedores”, disse Hanan Abdullah, residente da área de Burj al-Barajneh, nos subúrbios ao sul de Beirute.
Vídeos postados nas redes sociais mostraram novos danos na rodovia que liga o aeroporto de Beirute, passando pelos subúrbios ao sul, ao centro da cidade. Há registros de explosões em áreas da cidade ao mesmo tempo em que aviões pousam no Aeroporto Internacional Rafik Hariri.
O Exército israelense tem feito bombardeios diários à capital libanesa, assim como em outros pontos do Líbano.
Segundo Israel, os ataques aéreos são contra alvos militares do Hezbollah. Ao mesmo tempo, as tropas de Netanyahu fazem uma incursão terrestre no sul do país contra alvos do grupo extremista.
Foi em um dos bombardeios israelenses realizados no sul de Beirute, no final de setembro, que o número 1 do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto.
No sábado, fontes de segurança disseram às agências Reuters e a AFP que o terrorista cotado para substituir Nasrallah, Hashem Safieddine, está incomunicável e desaparecido desde um bombardeio israelense na sexta (4).
Em duas semanas, ataques israelenses em todo o território libanês provocaram cerca de 2 mil mortes.
Entenda o conflito
Israel disse que está fazendo uma operação militar contra o grupo extremista Hezbollah. Embora tenha atuação política no Líbano, a organização possui um braço armado com forte influência no país. Além disso, o Hezbollah é apoiado pelo Irã e é aliado dos terroristas do Hamas.
Os extremistas têm bombardeado o norte de Israel desde outubro de 2023, em solidariedade aos terroristas do Hamas e às vítimas da guerra na Faixa de Gaza.
Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando “uma nova fase na guerra”.
Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, por meio de um bombardeio em Beirute.
Israel lançou uma operação terrestre no Líbano “limitada e precisa” contra alvos do Hezbollah, no dia 30 de setembro.
Em 1º de outubro, o Irã atacou Israel como resposta à morte de Nasrallah e outros aliados do governo iraniano.

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