9 de outubro de 2024

Galípolo será nome de Lula no comando do BC, após dois anos de atrito entre o presidente e Campos Neto

Banco Central é autônomo desde 2021, quando o Congresso aprovou um projeto de lei nesse sentido Aprovado pelo Senado para presidir o Banco Central, o economista Gabriel Galípolo será o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no comando da instituição. Até aqui, em seus quase dois anos e mandato, Lula tem tido uma relação tensa com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto. A expectativa é de mudança de tom em relação a Galípolo.
O Banco Central é autônomo desde 2021, quando o Congresso aprovou um projeto de lei nesse sentido. Na época, o presidente da República era Jair Bolsonaro, rival político de Lula.
Campos Neto foi indicação de Bolsonaro. Pelo sistema aprovado no projeto da autonomia, o mandato dele irá até dezembro deste ano, 2024. E o presidente do BC, pelas novas regras, não pode mais ser demitido pelo presidente da República.
Com isso, Lula teve que trabalhar durante dois anos com um presidente do BC que não foi escolhido por ele — situação nova para o presidente da República, que, quando governou o país, entre 2003 e 2010, teve à frente do BC Henrique Meirelles, escolhido por ele.
Lula, principalmente em 2023, escolheu antagonizar com Campos Neto e atribuir ao presidente do BC a “lentidão” na queda da taxa de juros no país. Campos Neto, por sua vez, sempre argumentou que o BC tem que zelar pelo controle da inflação e que os gastos do governo não permitiam um corte maior nos juros.
No auge do atrito entre o governo e o BC, no ano passado, Lula nomeou Galípolo para a diretoria de Política Monetária do Banco. Galípolo era, então, o número 2 do ministro Fernando Haddad no Ministério da Fazenda.
Ao levar Galípolo para a diretoria do BC, ainda no ano passado, Lula já dava sinais de que ele seria o escolhido para substituir Campos Neto.
Na mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em setembro, a taxa Selic (juros básicos da economia) aumentou pela primeira vez no mandato de Lula. Com a atividade econômica aquecida e os gastos do governo em alta, o aumento da Selic foi necessário para conter a inflação, segundo o BC.
Lula, ao contrário do que sempre fez com Campos Neto, disse que, se Galípolo entender que os juros devem subir, então os juros devem subir.

Mais Notícias