9 de outubro de 2024

Senado aprova Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central

Galípolo ressaltou que recebeu do presidente Lula garantia de liberdade para tomar decisões à frente do BC, reforçando a autonomia da instituição. Senado aprova indicação de Galípolo pra comandar BC
O Senado aprovou a indicação de Gabriel Galípolo para comandar o Banco Central do Brasil a partir de 2025.
A sabatina do economista Gabriel Galípolo na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado começou pouco depois das 10h. Atual diretor de Política Monetária do Banco Central, Galípolo foi indicado no fim de agosto pelo presidente Lula para chefiar o banco.
Formado pela PUC de São Paulo, ele atuou na área acadêmica e também no setor bancário. Chegou ao governo ainda na transição, em 2022, e foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda.
Na fala inicial, Gabriel Galípolo ressaltou que recebeu do presidente Lula garantia de liberdade para tomar decisões à frente do Banco Central, reforçando a autonomia da instituição, e reafirmou o compromisso com o sistema de metas de inflação.
Galípolo foi questionado sobre uma possível interferência do presidente Lula no BC:
“Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula, eu escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões, e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro; que cada ação e decisão deve unicamente ao interesse do bem-estar de cada brasileiro”.
Galípolo também falou que tem boa relação com o atual presidente do Banco Central. Roberto Campos Neto foi criticado diversas vezes por Lula pelo patamar da taxa oficial de juros. A taxa de juros é o instrumento que o Banco Central tem para manter a inflação dentro da meta, definida pelo governo, de 3% para 2024.
Galípolo enfatizou que vai trabalhar pela estabilidade da moeda e para atingir a meta:
“Hoje, nós temos uma meta estabelecida, através de decreto, de 3%, como foi bem colocado aqui. E cabe ao Banco Central perseguir essa meta de maneira inequívoca, colocando a taxa de juros em um patamar restritivo necessário, pelo tempo que for necessário, para se atingir essa meta. Essa é a função do Banco Central. Quanto as questões das críticas ao Roberto ou de alguma questão com o próprio presidente Lula, minha relação com o presidente é a melhor possível. Com o presidente Lula e com o presidente Roberto. Sempre fui muito bem tratado pelos dois. Eu não consigo fazer qualquer queixa a nenhum deles”.
Senado aprova Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central
Jornal Nacional/ Reprodução
Pouco depois, em um evento na Base Aérea de Brasília, o presidente Lula voltou a defender a redução da taxa de juros do país.
“Eu estou muito feliz porque a economia está razoável. A taxa de juros ainda é a mais alta, mas ela haverá de ceder. Nós temos a inflação controlada, a massa salarial crescendo, o emprego crescendo, e leis para proteger os empreendedores individuais, o pequeno e médio empresário. Tudo já está feito”, afirmou Lula.
Depois de quatro horas de sabatina, os 26 senadores da comissão aprovaram o nome de Gabriel Galípolo por unanimidade. A indicação seguiu para o plenário do Senado. A votação foi rápida: aprovado por 66 votos a 5. Galípolo vai assumir o Banco Central no lugar de Campos Neto a partir de janeiro de 2025, por quatro anos.
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