10 de outubro de 2024

Dois cientistas que criaram as bases da inteligência artificial ganham o Prêmio Nobel de Física

O britânico Geoffrey Hinton e o americano John Hopfield criaram as bases da IA, inspirados no cérebro humano, nos neurônios, eles construíram as chamadas ‘redes neurais artificiais’. Dois cientistas ganham o Nobel de Física por criarem as bases da Inteligência Artificial
A Academia Sueca de Ciências concedeu o Nobel de Física a dois cientistas por descobertas fundamentais para o desenvolvimento da inteligência artificial.
O trabalho dos cientistas premiados abriu caminho para gente hoje poder fazer rapidinho, pelo celular, uma tradução de uma língua para outra; ajudou a criar os sistemas de reconhecimento facial; a melhorar o monitoramento do clima; e a desenvolver a tecnologia desses sites em que a gente pergunta alguma coisa para um robô e ele responde com contexto e informação.
O britânico Geoffrey Hinton e o americano John Hopfield criaram as bases da inteligência artificial. Inspirados no cérebro humano, nos neurônios, eles construíram as chamadas “redes neurais artificiais” – uma espécie de cérebro das máquinas. É um sistema treinado para armazenar e recuperar memórias e para processar informações. Esse sistema – o “Machine Learning”, em português, “Aprendizado das Máquinas” – hoje é estudado no mundo todo.
“Programas que coletam grandes quantidades de dados, muito maior, muito mais dados do que nós seres humanos conseguimos processar, e daí extraem padrões, muitas vezes muito complexos, para resolver problemas específicos”, explica Fábio Cozman, professor do Departamento de Engenharia Mecatrônica da USP.
Dois cientistas ganham o Nobel de Física por criarem as bases da Inteligência Artificial
Reprodução/TV Globo
Nesta terça-feira (8), os dois cientistas receberam a bendita ligação-surpresa anunciando que tinham ganhado o Nobel. O diretor da academia sueca perguntou para o cientista britânico: “E aí, como você está se sentindo?”.
“Eu estou pasmo. Muito surpreso”, respondeu Geoffrey Hinton.
Os cientistas vão dividir um prêmio de 11 milhões de coroas suecas, uns R$ 6 milhões pelo impacto das contribuições deles para o campo da inteligência artificial – cada vez mais presente nas nossas vidas.
Por exemplo: para construir essa reportagem, a gente perguntou para inteligência artificial sobre o trabalho dos ganhadores do Nobel de Física. Em um primeiro momento, a máquina errou. Aí a gente perguntou: “E quem ganhou o prêmio esse ano?”. Aí a máquina, se contradizendo, respondeu que foram os dois. E aí, sim, deu um histórico ótimo sobre os trabalhos deles.
Ou seja: é uma ferramenta que ainda está em evolução, mas já é superútil. Tem um potencial imenso, mas também um lado preocupante, inclusive, um dos vencedores do prêmio inclusive fala muito sobre isso.
Ferramenta de IA
Reprodução/TV Globo
Por muitos anos, o britânico Geoffrey Hinton foi consultor do Google. Em 2023, pediu demissão para poder falar mais à vontade sobre os riscos da Inteligência Artificial. Criador preocupado com a criatura. Em uma entrevista recente, ele disse aquilo que uns anos atrás era papo de filme de ficção: que as máquinas em breve podem se tornar mais inteligentes que os humanos; que isso pode ser transformador na área da saúde, por exemplo. Ao mesmo tempo, pode aumentar a desigualdade – com as máquinas roubando cada vez mais empregos nossos.
O agora nobel John Hopfield disse hoje que: “A gente não está acostumado a ter tecnologias que não sejam simplesmente boas ou ruins, mas que têm capacidades em ambas as direções, que é maravilhoso e muito desconfortável”.
britânico Geoffrey Hinton disse que as máquinas em breve podem se tornar mais inteligentes que os humanos
Reprodução/TV Globo
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