12 de outubro de 2024

Investigação aponta ‘guerra’ entre homens de confiança de Rogério Andrade e que mesma arma foi usada em ao menos 3 crimes

Segundo as investigações, de um lado está Flavio Mocidade, um dos homens de confiança de Rogerio Andrade. Do outro, está Márcio Araujo de Souza, o Araújo, policial militar reformado que está preso pela morte do bicheiro Fernando Ignácio. Investigação aponta ‘guerra’ entre homens de confiança de Rogério Andrade e que mesma arma foi usada em ao menos 3 crimes
Investigações que resultaram na Operação Fissão, da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), sobre a morte de Fábio Romualdo Mendes, indicam que há uma guerra interna no grupo do bicheiro Rogério Andrade. A polícia também descobriu que a mesma arma usada no crime foi usada em outras duas mortes.
A operação desta quarta (9) teve como objetivo cumprir 4 mandados de prisão e 10 de busca e apreensão. Três pessoas foram presas, entre eles o atual presidente da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, Flávio da Mocidade.
Durante a apuraçao do crime, a polícia descobriu de um lado da guerra interna do grupo está Flavio Mocidade, um dos homens de confiança de Rogerio Andrade.
Do outro, está Márcio Araujo de Souza, o Araújo, policial militar reformado que está preso pela morte do bicheiro Fernando Ignácio.
Flávio seria o responsável pelas máquinas caça-níqueis nas região de Bangu, Padre Miguel e Realengo e Araujo cuidava de Vargem Grande e Recreio dos Bandeirantes.
Investigação indica disputa interna no grupo de Rogério Andrade
Reprodução/RJ2
Essa disputa interna na quadrilha roi revelada em depoimentos de duas testemunhas, que se tornaram peças-chave na investigação.
Uma delas contou que uma semana antes do crime, ouviu uma conversa entre dois integrantes do grupo criminoso sobre a tentativa de matar Fábio Romualdo a mando de Soares.
Soares, também conhecido como Batata, é Thiago Soares Andrade Silva, braço direito de Flavio Mocidade.
Fábio Romualdo, que foi assassinado em 2021, trabalhava para Araújo. A testemunha também declarou que os responsáveis pelo crime foram Anderson Vianna, conhecido como Papa e Adriano Muniz, o Muniz. Também estariam envolvidos um homem conhecido como Vitinho, ainda não identificado e Bruno Marques da Silva, sargento da PM.
‘Nunca vi tanta gente pra morrer’
A policia teve acesso a uma troca de mensagens entre Bruno, o sargento da PM preso nesta quarta, com um comparsa.
Em uma conversa sobre a guarda das armas da quadrilha, o policial militar diz que elas têm que ficar acessíveis porque “toda hora tem missão”. Ele completa: “nunca vi tanta gente pra morrer”.
As cápsulas encontradas no local onde Fábio Romualdo foi assassinado passaram por análises.
Os peritos concluiram que a arma do crime foi a mesma usada em outros dois assassinatos ligados ao jogo do bicho. E o motivo é sempre o mesmo: a disputa por poder dentro da máfia da contravenção.
Presos na operação
Bruno é um dos presos na operação desta quarta, do Ministério Público e a Polícia Civil
Outros dois alvos de mandados de prisão já estavam na cadeia: Soares e Rodrigo de Souza, o Rodriguinho, também integrante da quadrilha. Anderson Viana, o Papa, está foragido. Os quatro foram indiciados pelo homicídio.
Segundo os investigadores, eles contrataram o atirador que matou Fabio: Jhonathan Borges dos Reis, o Esquilo, que morreu no ano passado.
Rogério Andrade e Flávio da Silva Santos, o Flávio da Mocidade
Reprodução/TV Globo
Arma pela janela
Flávio Mocidade também foi preso após jogar uma arma de uso restrito pela janela do prédio, segundo a polícia. Em seu imóvel, agentes apreenderam outras duas armas, R$ 30 mil em dinheiro e 26 celulares.
Na casa de Rogério Andrade, patrono da escola, houve apenas buscas. Também houve buscas no barracão da Mocidade, na Cidade do Samba.
A Polícia Militar disse que colabora com as ações desta quarta e que a corregedoria da corporação instaurou um procedimento pra acompanhar o caso.
A Mocidade Independente de Padre Miguel declarou que não tem relação com eventuais investigações e que está focada nas atividades sociais com a comunidade.
O RJ2 não conseguiu contato com as defesas de Rogério Andrade, Flávio da Silva Santos e os outros alvos de mandados de busca e apreensão.
Dinheiro apreendido na Operação Fissão
Reprodução/TV Globo

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