Marcos Vinícius tem 30 anos, e vive em Orlando há sete meses com a esposa. Ao g1 ele contou que estocou água e alimentos e vedou portas e janelas para garantir segurança durante a passagem do furacão prevista para a madrugada de quinta-feira (10). Imagem de satélite mostra furacão Milton na região do Golfo do México, a caminho da Flórida
CIRA/NOAA/Handout via Reuters
O furacão Milton, que deve atingir a Flórida, nos Estados Unidos, na madrugada de quinta-feira (10), tem grande potencial de destruição, atingindo categoria máxima em um intervalo de menos de 24 horas. Brasileiros que vivem na região, mesmo que possam não ser atingidos, tomaram precauções caso entrem em contato com os estragos.
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Um deles é o uberabense Marcos Vinícius, que mora em Orlando junto da esposa. Ao g1, ele contou sobre os cuidados tomados para a passagem do furacão.
De acordo com Marcos, que é influenciador digital, o que o deixou mais tranquilo foram as orientações do governo e, em meio a estoques de água e alimentos, está confiante para as próximas 12h.
“Aqui em Orlando, por ser uma área um pouco distante da costa, não teremos tantos impactos. O que se espera é que tenhamos tempestade, muito vento, podemos ficar sem energia e algumas áreas podem ser alagadas. Todo mundo aqui está se preparando, estocando alimentos, abastecendo os carros, afinal, não sabemos o que vai acontecer. Esperamos conseguir passar por ele de uma forma bem tranquila.”
Marcos Vinícius e sua esposa Thaynara
Reprodução/Arquivo Pessoal
Apesar das temporadas de furacões ocorrerem anualmente nos Estados Unidos, o rápido aumento da intensidade dos fenômenos e a frequência com que têm se formado chama a atenção dos especialistas e de pessoas que vivem na região.
“No início o que me preocupou foram os comentários de brasileiros que moram aqui há mais tempo que eu. O pessoal estava muito nervoso em relação ao furacão Milton. Então eu pensei , se eles que já passaram por outras situações como essa estão preocupados, quem dirá eu”, contou Marcos.
“É o primeiro furacão da minha vida, jamais imaginei passar por isso, ainda mais com um dessa magnitude. Aqui em Orlando parques como a Universal liberaram os estacionamentos para que as pessoas deixassem os seus carros. Os mercados estão fechados ou em horário reduzidos. Para as 12 horas que o furacão irá cruzar a região,Thaynara não sabemos bem o que faremos. Compramos coisas para ficarmos no nosso quarto e a recomendação é para se esconder no closet se os ventos ficarem muito fortes. Esperamos passar bem pelo furacão Milton.”, finalizou Marcos.
Trajetória do furacão Milton
Arte g1/Zoom Earth
Rota de fuga
Outra mineira que se prepara para os efeitos do furacão é a jornalista uberlandense Lorena Barbosa, que também vive em Orlando, e aposta nos cuidados para se manter segura.
“Aqui em casa estocamos alimentos, colocamos tapumes nas portas e janelas e estamos de olho em aplicativos que monitoram o tempo. Acreditamos que vai ser uma passagem tranquila, por estarmos fora da zona de risco”.
Segundo ela, caso o furacão não perca força, o plano é usar uma rota de fuga para irem para Atlanta ou para outra cidade da Geórgia, onde poderão permanecer em segurança.
Contudo, Lorena afirmou que, até o momento, não há ordens específicas de evacuação para os moradores de Orlando em relação ao furacão Milton.
Orientações
À medida que o furacão Milton se aproxima, o governo dos EUA divulgou várias orientações importantes para os residentes da Flórida:
Siga as Instruções das Autoridades Locais: Se for ordenado a evacuar, faça isso imediatamente. Verifique as últimas atualizações sobre ordens de evacuação e abrigos disponíveis com as autoridades locais e agências federais, como a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências dos Estados Unidos (FEMA);
Prepare-se e Finalize os Planos de Emergência: Antes da chegada do furacão, proteja sua casa, reúna suprimentos essenciais (água, alimentos não perecíveis, medicamentos) e tenha um plano de comunicação de emergência;
Saúde e Segurança: A Linha Direta de Angústia em Desastres (1-800-985-5990) está disponível para suporte emocional durante esse período estressante. Além disso, beneficiários do TRICARE podem verificar a isenção temporária para reposição de receitas;
Assistência Alimentar e Financeira: Programas como o Programa de Assistência Nutricional Suplementar dos EUA (SNAP) foram ajustados para permitir a compra de alimentos quentes e prorrogar os prazos de notificação de perda de alimentos devido a quedas de energia. Verifique sua elegibilidade para assistência adicional;
Aplicação da Lei de Imigração: Durante o furacão, a Agência de Fiscalização de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE) e a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP) suspenderão as atividades de fiscalização em abrigos, rotas de evacuação e pontos de distribuição de suprimentos, garantindo que todos possam buscar segurança sem medo.
Como se formam os furacões?
Os furacões – ou ciclones tropicais, como são chamados pelos meteorologistas – são sistemas de baixa pressão atmosférica. Isto é, grandes massas de ar que giram em torno de um centro de baixa pressão intenso, provocando condições climáticas adversas em grande escala.
🌪️De forma menos técnica, o ciclone “puxa” o ar quente e úmido da superfície e joga para cima, formando nuvens de chuva.
Isso acontece porque o ar quente e úmido sobre o oceano sobe, criando a área de baixa pressão. O ar das áreas ao redor, com maior pressão, se move para essa área, aquecendo-se e subindo também. À medida que o ar quente sobe e se resfria, ele forma as nuvens.
🌩️🌩️Desse modo, todo o sistema de nuvens e ventos gira e cresce, alimentado pelo calor e pela evaporação do oceano.
Por isso, ciclones tropicais só se formam nas águas quentes do oceano próximas à Linha do Equador a pelo menos 5° – 30° de latitude norte ou sul da linha imaginária, onde a temperatura do mar é de pelo menos 27ºC.
As águas aquecidas são justamente o que favorece o fortalecimento de furacões na região da Flórida, por exemplo. O estado, localizado na curva do Golfo do México, é diretamente impactado pela Corrente do Golfo.
“A Corrente do Golfo é uma corrente muito quente e super importante no mundo. Ela transporta água quente, se tornando um caminho favorável para os furacões”, comenta Luengo.
Veja as categorias de furacões segundo a escala Saffir-Simpson
Juan Silva/g1
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