11 de outubro de 2024

Cresce incidência de câncer de mama e doença atinge 80 a cada 100 mil mulheres em Campinas

Dados integram novo boletim da Secretaria de Saúde, e cidade registra, em média, 570 novos casos da doença por ano. Neoplasia foi a causa básica da morte de 134 mulheres em 2023. Exame de mamografia é essencial para identificação do câncer de mama
BBC NEWS
A taxa de incidência de câncer de mama tem crescido ano a ano em Campinas (SP), e atingiu a marca de 80 casos para cada 100 mil mulheres. Neoplasia mais comum entre as moradoras do município, em média são diagnosticados 570 novos casos de câncer de mama invasivo por ano.
Os números são referentes aos casos apurados no biênio 2018-2019, e representam um aumento em relação ao período anterior (2016-2017), quando o íncide era de 73,95 para cada 100 mil mulheres.
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Os dados integram a 6ª edição do Boletim do Registro de Câncer elaborado pelo Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), divulgado nesta quinta-feira (10). Neste mês, é celebrada a campanha do “Outubro Rosa”, que conscientiza para a prevenção da doença.
Segundo o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), de 2014 a 2023, o câncer de mama representou a maior proporção de óbitos por neoplasias em mulheres em Campinas. Conisderando apenas os dados de 2023, foi a causa básica de 134 óbitos.
O levantamento destaca que a idade é um dos fatores que mais atribui risco para o câncer de mama, sendo mais comum a incidência em mulheres de faixas etárias mais avançadas.
Entre 2010 e 2018, a mediana dos casos dianosticados em Campinas foi de 58 anos, mas entre os diagnósticos, a mais jovem tinha 21 anos, e a mais idosa, 103 anos.
Incidência de casos de câncer de mama em mulheres de Campinas (SP) por faixa etária
Reprodução
“O câncer de mama tem múltiplos fatores relacionados ao surgimento. Alguns não são modificáveis como condições genéticas/hereditárias, alterações biológicas relacionadas à idade e à vida reprodutiva. Porém, alguns fatores comportamentais de risco podem ser associados como excesso de gordura corporal, falta de atividade física e consumo de bebidas alcóolicas”, explica o boletim.
Vale destacar que a detecção precoce é de extrema importância para diagnosticar o câncer em estágios iniciais, “o que possibilita tratamento eficaz e eleva a chance de cura.”
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Firmino Piton/Prefeitura de Campinas
Mortalidade
De acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade de Campinas, de 2014 a 2023, o câncer de mama foi a neoplasia que mais provocou óbitos em mulheres. Confira os números:
Mama – 17%
Colorretal – 12%
Brônquios e pulmões – 11%
Pâncreas – 7%
Estômago – 5%
Ovário – 4%
Corpo do útero – 4%
Fígado – 3%
Encéfalo – 3%
Demais neoplasias – 34%
Embora responsável pela maior parcela das mortes por câncer, o levantamento aponta tendência de queda no coeficiente de mortalidade do câncer de mama na cidade.
Considerando o triênio 2021-2023, a taxa foi de 14,3 óbitos para cada 100 mil mulheres, índice menor que os triênios anteriores, mas cuja análise ainda requer “um tempo maior” para confirmar, de fato, a redução na mortalidade.

Juliana Natívio, uma das coordenadoras da análise de dados, explica que o número de óbitos absoluto tem se mantido, e que a análise sofreu uma alteração na base populacional, o que pode ter interferido no resultado.
Juliana explica que até o ano anterior, a base usada era a do Censo de 2010, com as projeções de crescimento populacional aplicadas pelo IBGE. Já neste ano, a base foi atualizada com o Censo 2022, e houve uma mudança no resultado.
“Pode ser que tenha baixado pelo crescimento populacional, ou por uma diferença na faixa etária. O que sabemos é que aumento não teve, os números absolutos estão parecidos. O que mais chama atenção é o aumento da incidência. A mortalidade requer mais um tempo de análise para que possamos ver com clareza essa queda”, explica.
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