11 de outubro de 2024

Brasileira que atua em abrigo na Flórida fala sobre destruição após passagem de furacão e diz que não há previsão de voltar para casa

Enfermeira Camila Luchesi relata falta de energia e água. Local aonde trabalha é voltado para pessoas com necessidades especiais, que dependem, por exemplo, de oxigênio para sobreviver. Enfermeira brasileira fala sobre situação de abrigo após passagem do furacão
Doze horas após a passagem do furacão Milton, a enfermeira brasileira Camila Luchesi, convocada pela Prefeitura de Bradenton para trabalhar em um abrigo destinado às vítimas da supertempestade, diz que o cenário é de destruição.
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Por ser um local exclusivamente voltado para pessoas com necessidades especiais, que fazem uso de cilindros de oxigênio, por exemplo, Camila não tem previsão de voltar para casa. Cerca de três milhões estão sem luz no estado da Flórida.
“Teve muita destruição, muita região sem energia, sem água, pontes que foram embora, muita coisa destruída, infelizmente. Os abrigos continuam cheios, porque as pessoas não tem condições de voltar para suas casas, principalmente, pessoas que dependem de oxigênio ou alguma necessidade que depende de energia. Então, continuamos aqui os nossos trabalhos”.
Camila Luchesi, de Ribeirão Preto (SP), foi convocada pelo governo de Bradenton, costa Leste da Flórida, para trabalhar em abrigo para pessoas afetadas pelo furacão Milton
Arquivo pessoal
Até o começo da tarde desta quinta-feira (10), foram confirmadas dez mortes por conta do furacão, segundo o governador Ron de Santis.
O furacão chegou à Flórida na categoria 3, mas perdeu força ao atingir o solo. Ainda assim, seguiu com alto poder destrutivo e as rajadas de vento chegaram a 185 km/h menos de uma hora depois de estar no chão.
Antes mesmo disso, no entanto, Camila revelou que o clima em Bradenton mudou por completo. “Se intensificou aqui na minha região por volta das 19h”.
A cidade, que fica na costa Oeste da Flórida, está a 20 quilômetros de distância de Sarasota, local onde Milton tocou o solo pela primeira vez, por volta das 21h30 de quarta-feira (9).
Escola transformada em abrigo
Na noite de terça-feira (8), Camila e outros funcionários do governo local se mudaram para a escola infantil que foi transformada em abrigo. O local tem capacidade para receber 500 pessoas e já contava com 400 horas antes de o furacão atingir o solo.
Enfermeira brasileira Camila Luchesi mostra escola que foi transformada em abrigo para atender vítimas do furacão Milton
Arquivo pessoal
Salas de aula deram lugar a camas improvisadas, corredores foram usados para estocar oxigênio e lençóis, e foi montado um lugar específico para pets. (veja vídeo acima)
A rotina dela, das 7h às 19h, consiste em dar suporte às vítimas do furacão, que tiveram de evacuar as próprias casas por riscos de alagamento e dasabamento.
“Aqui, nós somos convocados. Funcionários do governo, obrigatoriamente, têm de vir pra ficar. Sou da equipe do dia, que é a equipe suporte. Organizamos camas, começamos a inspecionar pessoas com necessidades especiais, dificuldade de mobilidade. As pessoas podem vir com a família, com os cachorro. E a gente ajuda no suporte dessas pessoas, acomodar, dar pulseira de identificação, é tudo muito organizado”.
Enfermeira brasileira Camila Luchesi mostra escola que foi transformada em abrigo para atender vítimas do furacão Milton
Arquivo pessoal
O furacão
Após a passagem pela Flórida, às 15h (horário de Brasília) o fenômeno, que chegou a ser considerado o pior dos últimos 100 anos, foi rebaixado para ciclone pós-tropical.
A velocidade sustentada dos ventos é de 120 km/h. Algumas áreas da costa Leste da Flórida ainda têm alerta para inundações, mas, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA, o Milton continuará em processo de enfraquecimento gradual ao longo das próximas horas e dias.
Até o momento, dez pessoas morreram por conta do furacão.
Alertas de inundação na costa leste da Flórida horas após a passagem pelo furacão Milton em 10 de outubro de 2024.
Centro Nacional de Furacões dos EUA
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