12 de outubro de 2024

Ótica alega que houve erro de digitação após nota apontar ‘cliente trouxa’ durante troca de produto

Advogado foi assinar o recibo da troca de uma armação de óculos e recebeu a nota com a identificação ‘cliente trouxa’. Estabelecimento alega que houve um erro de digitação e não houve uma adjetivação ao cliente. Segundo eles, o homem foi grosseiro e agressivo. Advogado foi chamado de ‘cliente trouxa’ após exigir troca de produto em ótica em Santos (SP)
Arquivo pessoal
A ótica que entregou uma nota escrito ‘cliente trouxa’ ao advogado Erasmo Fonseca, de 47 anos, durante a troca de uma armação de óculos em Santos, no litoral de São Paulo, alegou que houve um erro de digitação. Ao g1, a loja explicou, por meio de nota, não ter sido uma adjetivação ao cliente e que o correto seria ‘cliente trouxe’.
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A armação do filho de Erasmo, de 14 anos, quebrou uma semana depois de ele trocar as lentes no estabelecimento. “Como eles [ótica] manipularam, eu entendi que o erro foi deles”, disse o cliente, que recebeu a nota escrito ‘cliente trouxa’ após dizer que acionaria a Justiça se a troca não fosse realizada.
Em nota, a ótica explicou que o documento foi escrito na hora da troca e houve um erro de digitação. De acordo com o estabelecimento, a data ’03/10/2024′ mostra que a intenção seria escrever que o ‘cliente trouxe’ a armação naquele dia e não ‘cliente trouxa’, como está na nota que foi emitida.
A loja afirmou que não houve uma adjetivação ao advogado que, ainda segundo a ótica, ele foi grosseiro e agressivo com as atendentes. “[O cliente] busca reverter a sua reprovável conduta contra uma mulher aproveitando-se do erro de digitação. Lamentável'”, afirmou estabelecimento, em nota ao g1.
Por outro lado, Erasmo afirmou não acreditar que foi um erro de digitação e destacou não ter sido grosseiro com as funcionárias do local. “Foi uma ofensa totalmente desnecessária […]. Eu não fui ignorante e nem grosso [ao pedir a troca]. Eu fui impositivo e exigi um direito que eu tenho”, explicou.
Funcionária chamou cliente de ‘trouxa’ em recibo de ótica em Santos (SP)
Arquivo pessoal
O caso
O advogado explicou que procurou a ótica, no dia 17 de setembro, porque o grau do óculos do filho tinha mudado. Como o adolescente gostava da armação que foi comprada no mesmo local há quase dois anos, Erasmo aceitou a proposta de um atendente de trocar apenas as lentes.
Em 24 de setembro, ele foi até a ótica retirar o óculos com as novas lentes e, uma semana depois, o filho informou que a armação havia quebrado. “Estava no rosto e simplesmente quebrou […] bem na junta onde está o parafuso. Como eles [ótica] manipularam, eu entendi que o erro foi deles”, disse.
Erasmo levou o óculos quebrado no estabelecimento no dia 3 de outubro e escutou de uma funcionária que a troca não seria realizada porque tratava-se de um problema de mau uso. Ele afirmou à ela que acionaria a Justiça, já que acreditava que o dano foi causado pelo esforço do profissional na troca da lente.
Depois do desentendimento entre a funcionária e o cliente, Erasmo contou que ela conversou com um supervisor e fez a troca por uma outra armação parecida. Mesmo não sendo a mesma, o advogado explicou que aceitou porque o filho ficava com dores de cabeça sem óculos.
‘Cliente trouxa’
Com o problema resolvido, Erasmo foi assinar o recibo de troca e viu que estava escrito ‘cliente trouxa’. Segundo o advogado, a funcionária tentou tirar o papel da mão dele, alegando ter sido um erro de digitação e que teria confundido com as palavras ‘troca’ ou ‘trouxe’.
“É um pensamento e direito dela de pensar que eu sou um trouxa. Mas, colocar isso no papel, eu achei que foi muito abusivo e vergonhoso. Me senti humilhado”, afirmou Erasmo.
Erasmo não registrou boletim de ocorrência, mas afirmou que pretende acionar a Justiça. Ele entrou em contato com a unidade da Belliótica, do bairro Aparecida, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
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