11 de outubro de 2024

Bebê com grave desnutrição deu entrada em hospital com dificuldade de respirar e chorar, aponta relatório médico

Segundo Conselho Tutelar, menino continua internado e está sob responsabilidade do pai e avó paterna. Mãe do menino foi presa quando o caso foi denunciado em setembro, mas já está em liberdade. Bebê de pouco mais de 1 mês com desnutrição severa, em Águas Lindas de Goiás
Reprodução/Polícia Civil
Um relatório médico, ao qual o g1 teve acesso, diz que o bebê que deu entrada em um hospital público com desnutrição severa, em Águas Lindas de Goiás, tinha dificuldade de respirar e chorar, e estava com ferimentos ao redor da boca. Segundo a Polícia Civil, a mãe do menino foi presa quando o caso foi denunciado, em setembro, mas já está em liberdade.
✅ Clique e siga o canal do g1 GO no WhatsApp
Segundo o documento, o menino de pouco mais de 1 mês de vida deu entrada no Hospital Municipal Bom Jesus por volta do meio-dia, em 19 de setembro. Os médicos relataram que ele pesava apenas 2,3 kg, quando o peso ideal de um bebê do sexo masculino dessa idade precisa estar entre 3,8 e 5,0 kg.
Além disso, segundo o relatório, o bebê estava com queda capilar, ausência de lágrimas e com os ossos marcando a pele por conta da magreza. Por acharem que ele estava sofrendo maus-tratos, os médicos chamaram a Polícia Militar, que conduziu a mãe até a delegacia.
LEIA TAMBÉM:
RELEMBRE: Mãe é suspeita de deixar bebê em estado de desnutrição severa; imagens são fortes
Quase 3 anos de internação e 9 cirurgias: entenda os desafios do tratamento domiciliar de menina que nasceu com intestino para fora da barriga
IMAGENS FORTES: Pacientes entre 14 e 96 anos são resgatados desnutridos e com ferimentos pelo corpo em clínica clandestina de Goiás
A mulher foi presa em flagrante por tentativa de homicídio na modalidade de dolo por omissão ainda no dia 19 de setembro. “Ela é a mãe da criança, tem um dever legal de cuidado e deixou que isso acontecesse, que chegasse a esse estado. Algo realmente horrível, que chocou até a nossa equipe”, disse a delegada do caso, Tamires Teixeira.
Mas, no dia 21, ela passou por audiência de custódia e foi solta (entenda a justificativa da Justiça abaixo). O advogado Ilvan Silva Barbosa informou que está verificando se na data do ocorrido ela estava com a sua saúde mental prejudicada, por conta do puerpério. Mas garante que a mulher não teve a intenção de causar nenhum mal ao filho.
O Conselho Tutelar, que também acompanha o caso, informou à delegada que o bebê continua internado sob responsabilidade do pai e da avó paterna.
O g1 entrou em contato com o hospital por e-mail para tentar mais detalhes sobre a saúde do bebê, mas não houve retorno até a última atualização da matéria.
‘Gripe’
Bebê de pouco mais de 1 mês com desnutrição severa, em Águas Lindas de Goiás
Reprodução/Polícia Civil
Segundo boletim de ocorrência, quando os policiais militares abordaram a mãe no hospital ela agiu com desinteresse e confusão, mas explicou que procurou o hospital por recomendação de um agente de saúde, que visitou a casa dela. Segundo a mulher, o filho só se alimentava de leite materno, mas há cerca de um mês daquela data não estava conseguindo mamar direito por conta de uma gripe.
A delegada explicou que ainda realiza diligências para entender o que de fato aconteceu para que o bebê chegasse a um estado de saúde tão delicado.
Avó materna não é suspeita
A delegada também explicou que a avó materna da criança, pessoa conhecida na cidade de Águas Lindas de Goiás, até onde se sabe, não tem nada a ver com a situação.
“É importante que a população saiba disso e que não tome nenhuma atitude agressiva contra ela, nem mesmo contra a mãe da criança, pois a situação já está sendo apurada pela delegacia e peço que a população deixe a cargo da polícia e do Poder Judiciário”, pediu a delegada.
Audiência de custódia
A mãe do bebê passou por audiência de custódia em 21 de setembro. Na ocasião, a juíza Adriana Caldas Santos entendeu que a mulher não precisava ficar presa de forma preventiva. Para a magistrada, o caso precisa ser melhor investigado.
“Em que pese a gravidade do delito, o dolo na conduta da autuada deverá ser melhor apurado em sede de instrução processual”, justificou.
Apesar de voltar à liberdade, a Justiça determinou que a mulher cumpra as seguintes medidas cautelares:
Comparecimento em juízo até o dia dez de cada mês;
Apresentar comprovante de endereço e não mudar do local informado sem prévia comunicação ao juízo;
Não se ausentar por mais de 15 dias de sua residência sem prévia comunicação ao juízo sobre o local onde poderá ser encontrada;
Não praticar nova infração penal dolosa
📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás.
VÍDEOS: últimas notícias de Goiás

Mais Notícias