11 de outubro de 2024

Mãe de bancário pede prisão de fazendeiro condenado por morte do filho: ‘Família vai ter paz’

Alexandre Titoto é considerado foragido. Carlos Alberto Araújo foi espancado e enterrado vivo em fevereiro de 2003 por causa de dívida de R$ 400 mil de carro importado. Alexandre Titoto é considerado foragido por matar diretor de banco Francês
Vinte e um anos depois da morte do filho, o bancário Carlos Alberto Araújo, Dirce dos Reis Araújo ainda aguarda por justiça.
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Condenado a 18 anos pelo crime, o fazendeiro Alexandre Titoto é considerado foragido desde esta quinta-feira (10), por conta de um novo mandado de prisão expedido após o Ministério Público entrar com recurso pedindo o cumprimento imediato da pena.
“Essa justiça sendo feita, meu filho vai ter um pouco de paz, minha família vai ter paz e as pessoas que estão atrás também vão ter paz”.
Dirce dos Reis Araújo, mãe de Carlos Alberto, morto em fevereiro de 2003, em Ribeirão Preto (SP), por dívida de carro importado
Aurélio Sal/EPTV
Em 2017, Titoto foi levado ao tribunal do júri e condenado a 25 anos de prisão pelo homicídio triplamente qualificado de Carlos Alberto.
A condenação, no entanto, só ocorreu 14 anos depois, e, menos de um dia depois, o fazendeiro obteve um habeas corpus do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) para aguardar o trânsito em julgado em liberdade. Em 2019, a defesa ainda conseguiu reduzir a pena do júri para 18 anos e 8 meses.
A EPTV, afiliada da TV Globo, procurou os advogados de Titoto, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Carlos Alberto de Souza Araújo era analista financeiro do Banco Nacional de Paris
Reprodução/EPTV
Carlos Alberto foi encontrado morto na zona rural de Serrana (SP), em fevereiro de 2003. Segundo o MP, ele foi espancado e enterrado vivo por causa de uma dívida de R$ 400 mil referente à compra de um carro importado.
À EPTV, Dirce disse não ter raiva dos culpados pela morte do filho, mas espera que eles cumpram pelo crime.
“Que a justiça esteja pronta pra isso e que ele vá cumprir o que é necessário. Não tenho raiva, tenho até pena da família dele. Mas vamos pedir a Deus para que tudo dê certo. Gostaria de pode encarar ele [Titoto] uma vez só. Não que eu fosse maltratar, nem nada. Eu não consigo guardar rancor”.
Fazendeiro está foragido
Para o promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino, a decisão que pediu pela prisão de Titoto reconheceu o entendimento recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que trata sobre condenações aplicadas pelo tribunal do júri e determina que condenados tenham a pena cumprida imediatamente.
“A juíza deferiu e expediu o mandado de prisão. Tentou-se a localização dele [Titoto] na residência, não foi encontrado. A polícia até agora não o encontrou, ele também não se apresentou, então é considerado foragido”.
Alexandre Titoto foi condenado a 25 anos de prisão por morte de bancário em Ribeirão Preto
Reprodução / EPTV
Segundo Nicolino, a defesa do fazendeiro tentou revogar a ordem de prisão, mas o pedido foi negado na quarta-feira (9).
Com a prisão de Titoto, Dirce pretende, finalmente, fechar um ciclo.
“Quero continuar com a lembrança gostosa no meu coração e não ficar sofrendo por causa disso. Meu filho era a pessoa mais maravilhosa que você possa imaginar. Era uma pessoa boa, humilde e muito trabalhadora. Quem conheceu, tem muita saudade dele. O negócio dele era ajudar as pessoas que precisavam”.
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