11 de outubro de 2024

Recém-nascida respira sozinha após ser encorajada pelo pai: ‘Nossa ligação não tem explicação’

Cena foi gravada no sábado (5), dia do parto, feito em um hospital em São José do Rio Preto (SP). Vídeo foi compartilhado nas redes sociais e já soma mais de 80 mil visualizações. Maria Eduarda é a primeira filha de Eduardo Goes e Carol Camara. Recém-nascida respira sozinha após ser encorajada pelo pai em Rio Preto
Uma recém-nascida assumiu a respiração sozinha ao ser encorajada e incentivada pelo pai. A cena foi gravada no sábado (5), dia do parto, em um hospital em São José do Rio Preto (SP).
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Eduardo Goes com a filha Maria Eduarda, no pós-parto em Rio Preto (SP)
Júlia Vanegas/Divulgação
De um lado, o pai, Eduardo Goes, com os olhos cheios de lágrimas. Do outro, Maria Eduarda, ainda deitada no leito, sem respirar. Inclusive, a pediatra, Fabiana Gerbasi, já tinha iniciado manobras de reanimação e estabilização.
Em uma outra tentativa para estimular o choro, a pediatra permitiu que o pai ficasse na sala, tocando e, principalmente, conversando com a filha. Diante da forte emoção, Eduardo convida a pequena para a vida (assista acima).
Eduardo Goes e Carol Camara, pais de Maria Eduarda, que nasceu em Rio Preto (SP)
Júlia Vanegas/Divulgação
“Vamos, meu amor. Vamos embora para casa”, pede o pai.
Em um ato de consentimento, a bebê, então, abre a boca e dá o primeiro suspiro. O ar entra nos pulmões e Maria Eduarda respira. O choro dela parece preencher os ouvidos dos pais e dos profissionais na sala. Com uma mistura de alívio e felicidade, o pai sorri e as lágrimas tomam conta.
O emocionante vídeo foi compartilhado nas redes sociais da fotógrafa Júlia Vanegas, e já soma mais de 80 mil visualizações, além de comentários dos seguidores: “Muito emocionante. Impossível não chorar”, escreveu uma. “Que lindo…que emoção”, comentou outra.
Parto de Maria Eduardo em hospital de Rio Preto (SP)
Júlia Vanegas/Divulgação
Ao g1, o pai relatou que, com o nascimento da filha, sente que a vida está completa. Naquele momento, ele lembra que só conseguia rezar e agradecer a Deus, pela possibilidade de estar com a filha.
Conforme ele, o instante não é apenas sobre o primeiro choro de uma recém-nascida: é um lembrete de que, mesmo nas situações mais difíceis, a esperança e o amor vão prevalecer.
“Eu estava em oração, agradecendo a Deus pelo presente que me deu. Eu tinha certeza que ela ia me responder. Nossa ligação não tem explicação. Foi uma felicidade inexplicável. Nunca passei nada igual na minha vida. Agora minha vida está completa. Agora sinto que tem uma vida que depende tudo de mim e vou fazer tudo por ela até o fim”, relata o pai.
Restrição de crescimento
Ao g1, a mãe da bebê e esposa de Eduardo, Carol Camara, de 40 anos, conta que o momento ressignificou o parto. Isso porque, apesar de uma gestação tranquila, foi diagnosticada com dengue.
Eduardo Goes e Carol Camara, pais de Maria Eduarda, que nasceu em Rio Preto (SP)
Júlia Vanegas/Divulgação
Segundo ela, nos últimos ultrassons, os médicos perceberam que Maria Eduarda não estava ganhando peso. Dessa forma, o obstetra, Paulo Fasanelli, decidiu tentar a indução pelo parto normal, com 37 semanas e seis dias, ou seja, nove meses completos de gestação.
À reportagem, Paulo explicou que a restrição é sinônimo de uma insuficiência placentária, de forma que a placenta não estava nutrindo a bebê como deveria – um sinal de que Maria Eduarda deveria nascer.
Carol Camara teve uma gestação tranquila em Rio Preto (SP)
Carol Camara/Arquivo pessoal
O médico explica que é comum que bebês com restrição de crescimento precisem de ajuda nos primeiros minutos para assumir a respiração. Assim que viu a situação, Paulo relata que a pediatra permitiu que o pai estivesse presente e se aproximasse.
“Já sabe que esse vínculo afetivo entre os pais e o bebê se inicia dentro do útero. O bebê já desenvolve suas sensações, seus sentidos dentro do útero, então ele consegue sentir essa presença materna, a voz, as vibrações. Depois que nasce, é um acalento e um chamado importante à vida”, detalha o médico.
Paulo Fasanelli atual como obstetra no parto de Carol Camara em Rio Preto (SP)
Paulo Fasanelli/Arquivo pessoal
Ainda de acordo com o obstetra, é comprovado cientificamente que os pais melhoram os resultados dos recém-nascidos internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Maria Eduarda é a primeira filha do casal, veio ao mundo com 2,3 quilos e medindo 46 centímetros.
“Os pais estarem próximos é um momento muito importante para a manutenção. O bebê não entende ainda que nasceu e esse contato com a mãe, por exemplo, traz muita calma e serenidade. A voz do pai e da mãe ajuda a ser uma fase de transição leve”, comenta o médico.
Para a mãe, ouvir o choro da pequena, em resposta ao pedido do pai, foi o momento mais emocionante vivenciado por ela. Carol e a recém-nascida receberam alta hospitalar e já estão em casa.
“Maria Eduarda é nosso milagre, um presente de Deus e veio para preencher nossa vida com mais alegria. Agora é uma nova fase, com adaptação e entendimento de que é uma vida que depende de nós”, destaca Carol.
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