11 de outubro de 2024

Itaipu, um “trabalho de Hércules”, chega aos 50 anos levando energia e desenvolvimento ao Brasil e ao Paraguai

Usina é considerada uma das sete maravilhas da engenharia. Em tupi-guarani, Itaipu quer dizer “a pedra que canta”. Era este o nome de uma ilhota que permanecia quase todo o tempo escondida pelas águas, onde os técnicos verificaram que havia um rendimento energético excepcional, em virtude de um longo cânion escavado pelo Rio Paraná. Esse foi o ponto escolhido, em 1973, pelos engenheiros e técnicos que desenvolviam o projeto de uma nova usina hidrelétrica, e o nome já estava definido: Itaipu.
A fundação da empresa binacional responsável pela usina, a Itaipu Binacional, foi em 17 de maio de 1974, dia em que foram empossados o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva, com formação semelhante nos dois lados, brasileiro e paraguaio. A posse foi em solenidade no Hotel das Cataratas, instalado dentro do Parque Nacional do Iguaçu.

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No ano seguinte, com a chegada das primeiras máquinas ao canteiro de obras, começariam as obras. Um “trabalho de Hércules”, na avaliação da revista norte-americana Popular Mechanics, que, em 1995, incluiu a usina entre as sete maravilhas mundiais da engenharia.
Já no segundo semestre de 1984 estava estruturado o acampamento pioneiro, com as primeiras edificações para escritórios, almoxarifado, refeitório, alojamento e posto de combustíveis – muitas das quais existem até hoje.
Pouco a pouco, a região começava a transformar-se num “formigueiro” humano. Entre 1975 e 1978, mais de 9 mil moradias foram construídas nas duas margens para abrigar os homens que atuavam na obra. Foi necessário erguer até um hospital e uma escola para os filhos dos trabalhadores.

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À época, Foz do Iguaçu era uma cidade com apenas duas ruas asfaltadas e cerca de 20 mil habitantes. Em apenas dez anos, a população saltou para 101.447 habitantes.
No canteiro de obras, a primeira tarefa foi alterar o curso do Rio Paraná, removendo 55 milhões de metros cúbicos de terra e rocha para escavar um desvio de dois quilômetros de extensão, 150 metros de largura e 90 metros de profundidade. Em 20 de outubro de 1975, as duas ensecadeiras que protegiam a construção do novo curso foram explodidas, liberando a entrada de água do Paraná. O novo canal permitiu que o trecho do leito original do rio fosse secado, para receber a barragem principal, em concreto.
Em seguida veio a concretagem da barragem, que exigia mais e mais operários: entre 1978 e 1981, até 5 mil pessoas eram contratadas por mês. No pico das obras, Itaipu utilizou cerca de 40 mil trabalhadores no canteiro de obras e nos escritórios de apoio no Brasil e no Paraguai.

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Montagem
Com a concretagem quase pronta, a fase seguinte foi a montagem das unidades geradoras. O transporte de peças inteiras, dos fabricantes até a usina, era um grande um desafio. A primeira roda da turbina, com 300 toneladas, saiu de São Paulo em 4 de dezembro de 1981 e chegou ao canteiro de obras somente em 3 de março de 1982.
As obras da barragem chegaram ao fim em outubro de 1982. No dia 5 de novembro do mesmo ano, os então presidentes do Brasil, João Figueiredo, e do Paraguai, Alfredo Stroessner, acionaram o mecanismo que levantava automaticamente as 14 comportas do vertedouro e liberaram a água represada do Rio Paraná. Assim, foi oficialmente inaugurada a maior hidrelétrica do mundo, após mais de 50 mil horas de trabalho.
Quer saber mais detalhes e curiosidades da história dessa usina incrível? Confira o documentário Itaipu 50 Anos, já disponível no Globoplay.

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