13 de outubro de 2024

Ministério Público pede condenação de vice-governadora do DF e outros 3 ex-distritais por corrupção passiva

Celina Leão, Cristiano Nogueira Araújo, Júlio César Ribeiro e Renato Andrade dos Santos são investigados desde 2016 por negociação de propina na Câmara Legislativa. G1 tenta contato com defesas. Celina Leão (PP), em imagem de arquivo
TV Globo/Reprodução
O Ministério Público do Distrito Federal pediu a condenação da vice-governadora do DF Celina Leão (PP) e outros três ex-deputados distritais por corrupção passiva. O pedido ocorre no âmbito da Operação Drácon, deflagrada em 2016 para investigar negociação de propina na Câmara Legislativa do DF (CLDF).
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O MP também pede o pagamento de R$ 3.050.355,37 pelos denunciados para reparar os danos causados. O g1 tenta contato contato com as defesas dos citados pelo MPDFT. Além de Celina Leão, são acusados:

Cristiano Nogueira Araújo, ex-deputado distrital e hoje secretário de Turismo do DF;
Júlio César Ribeiro, ex-deputado distrital e hoje deputado federal pelo partido Republicanos;
Renato Andrade dos Santos, ex-deputado distrital conhecido como Bispo Renato Andrade, hoje administrador de Taguatinga.
À época da deflagração da operação, Cristiano Araújo foi apontado como articulador do esquema criminoso. As investigações apontaram um esquema de negociação de propina na CLDF, em troca da aprovação de emendas para liberar dinheiro para empresas da área da saúde e da construção civil, que tinham contratos com o governo.
De acordo com o Ministério Público, as circunstâncias dos crimes “são especialmente gravosas”, pois envolveram significativo montante de recursos públicos: R$ 30 milhões.
“Os fatos também se mostram de especial gravidade em razão de ter havido interferência direta dos deputados envolvidos para a aprovação de ao menos duas leis com dispositivos que atendiam aos interesses do grupo”, diz o MP.
Também são citados no processo os ex-servidores da CLDF Alexandre Braga Cerqueira e Valério Neves Campos, e o ex-presidente do Fundo de Saúde do DF, Ricardo Cardoso dos Santos. Eles foram condenados em 2020. O g1 também tenta contato com as defesas.
Como os demais réus eram deputados na época, eles tiveram foro privilegiado e, portanto, o processo para eles correu de forma separada.
Relembre o caso
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Desde março de 2017, Celina Leão, Júlio Cesar Ribeiro, Bispo Renato Andrade e Cristiano Araújo respondem por corrupção passiva. À época, os políticos negaram qualquer envolvimento no esquema de propina. As defesas chegaram a pedir anulação do processo, alegando falhas na denúncia e restrição de defesa.
De acordo com as investigações, valores milionários originalmente destinados a pagar reformas de escolas e unidades de saúde foram redirecionados pelos distritais para pagar dívidas do governo do DF com prestadoras de serviços em UTIs e que atuavam reformando escolas.
A emenda beneficiou seis empresas, como a do empresário Afonso Assad, testemunha-chave nas investigações da Drácon. Os valores, que poderiam ser quitados pelo GDF em até 60 meses, foram empenhados à vista.
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