17 de outubro de 2024

Porto de Parintins apresenta rachaduras no solo e moradores temem deslizamento de terra

Com a descida dos rios devido a seca que atinge o município, rachaduras no solo do local começaram a aparecer e alto fluxo de pessoas na área gera atenção. Nível da agua no Porto está baixo devido a seca severa que atinge o estado
Reprodução
Moradores do município de Parintins, no interior do Amazonas, temem que aconteça um deslizamento de terra no porto da cidade, semelhante ao ocorrido em Manacapuru, na última segunda-feira (7). Com a descida dos rios devido a seca que atinge o município, rachaduras no solo do local começaram a aparecer.
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No porto de Parintins é grande o fluxo de profissionais das embarcações e de passageiros, o que aumenta mais os riscos de uma tragédias. Os proprietários dos barcos atracados no local afirmam que não tem para onde ir pela dificuldade da navegação por causa do nível baixo dos rios.
Francivaldo Correa é um dos proprietários de embarcação no local e afirmou que, neste período, qualquer sinal de chuva gera uma apreensão pelo risco de uma deslizamento.
“Quando a gente tá em terra, qualquer ventinho a gente fica preocupado, a gente não dorme direito, a preocupação é muito grande. Aí quando vem as autoridades pedir para gente tirar os barcos daqui, para onde nós vamos?”, questionou Francivaldo.
Durante a estiagem, deslizamentos de terra nas margens dos rios no estado podem ser comum devido ao fenômeno natural das “terras caídas”, que acontece devido a subida e descida frequente das água, o que enfraquece o solo.
O coordenador do laboratório de Análises de Solo da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Fábio Sabbá, destacou que locais que sofrem com o fenômeno não são adequados para construção de grandes estruturas.
O g1 questionou a Prefeitura de Parintins sobre quais medidas estão sendo tomadas para conter as rachaduras no solo do porto do município, mas até o fechamento desta matéria não houve resposta.
“Esse tipo de escorregamento que acontece nos rios vai deixando trincas ao longo de todo perfil, se você não dá importância para aquilo e não conhece o processo, vai ficar ali. Ele vai deixando sinais, essas trincas poder curtas ou longas na margem do rio”, explicou o professor.
Desmoronamento já atingiu a orla de Parintins
Parintins, no AM, entra em situação de emergência após erosão na orla da cidade
Yuri Pinheiro/Prefeitura de Parintins
Em janeiro de 2020, a orla de Parintins desmoronou devido à erosão no solo. Na época, a prefeitura decretou estado de emergência na cidade por 90 dias para tomar as devidas providências de correção do problema.
Um estudo técnico revelou que diversas áreas da cidade estavam sendo afetadas pelo fenômeno das terras caídas como trecho entre o porto de Parintins e o matadouro municipal; trecho do Comunas Bar até o início da Rua Senador Álvaro Maia; trecho da Escadaria da Praça São Benedito até a Cidade Garantido), e em consequência o trincamento dos muros de contenção existentes na parte frontal da orla de Parintins, no trecho entre a Rua Caetano Prestes até a Rua Senador Álvaro Maia.
Nilson Lima, é um autônomo que teve a embarcação atingida pelo deslizamento que ocorreu em 2020 na cidade, ele destacou que as autoridades deveriam tomar medidas para evitar que a população seja novamente afetada.
“A gente vê essas embarcações na orla da cidade e a gente fica muito preocupado, eu como já vivenciei isso, quase ia acontecendo uma ‘desgraça’ comigo naquela época, fico muito sensibilizado com essa situação. Peço um apoio as autoridades que possa fazer algo pela nossa população”, disse Nilson.
Porto da Terra Preta
Na última segunda feira (7), um deslizamento de terra aconteceu no Porto da Terra Preta, localizado em Manacapuru, interior do Amazonas. No acidente uma criança de seis anos e um homem de 36 anos morreram. Outras dez pessoas ficaram feridas.
O Ministério Público do Estado (MPE) informou, na última terça-feira (8), que vai investigar o deslizamento de terras no porto. O MP informou que a 3ª Promotoria de Justiça já iniciou a coleta de provas e orientou a adoção de medidas urgentes para garantir a assistência adequada às vítimas.
Porto de Terra Preta, no interior do Amazonas, em 7 de outubro de 2024
Divulgação/Marinha do Brasil

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